São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Nigéria cai ante o Messi do Barcelona

Argentino atua como no clube e se destaca em vitória magra na estreia

Ricardo Nogueira/Folhapress
Maradona abraça Messi ao final do jogo no Ellis Park

Argentina 1
Heinze, aos 6min do 1º tempo
Nigéria 0

PAULA CESARINO COSTA
RODRIGO MATTOS

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

Se é verdade que Messi não joga pela Argentina como pelo Barcelona, como reclamam seus compatriotas, então era o jogador do time espanhol que estava ontem em campo diante da Nigéria.
O melhor do mundo exibiu dribles, passes sutis e chutes precisos na estreia argentina na Copa de 2010 e comandou seu time na vitória (1 a 0) sobre o rival africano. Os argentinos mostraram ofensividade, mas falhas na defesa.
O ataque da Argentina foi uma orquestra de um homem só. Que começou a tocar aos 5min, quando Messi passou por nigerianos e deixou Higuaín livre para errar.
Foi uma das três chances claras de gol perdidas pelo atacante do Real Madrid.
Messi, é fato, também não fez gol. Mas foram dele oito das conclusões da Argentina, sendo três belos chutes em curva para defesas de mão trocada de Enyeama.
O pragmatismo da Fifa elegeu o goleiro nigeriano, que contrariou a máxima que condena os goleiros africanos, o melhor em campo.
Mas foi Messi quem, no segundo tempo, deu 59 toques na bola -de longe o mais participativo-, só cinco errados. Apenas seus dribles e passes, como um entre as pernas de um nigeriano, levavam o Ellis Park a soltar um "Oh!" de admiração.

FOME DE BOLA
Questionado sobre se Messi deveria soltar mais a bola, Maradona usou a maçã que estava na sua mão para responder. "Tirar a bola de Messi é como tirar essa maçã de mim. E eu estou com fome", brincou ele, que contou ter pedido ao seu time para dar mais a bola ao atacante.
Falando baixo e sendo atencioso, Messi pouco impressiona após o jogo. Mas seu futebol em campo gerou tal aglomeração de repórteres em sua volta que caiu um estande montado pela Fifa.
"O importante é que ganhamos e tiramos o peso da estreia", afirmou ele.
O gol da vitória, a despeito da bela atuação, não veio dos pés de Messi. Surpreendentemente, saiu num escanteio -o time nigeriano tem média de altura superior à do argentino: 1,83 m contra 1,78 m.
Quase sem saltar, o zagueiro Gabriel Heinze achou espaço na área, onde Samuel cometia falta em Obasi, para abrir o placar, aos 6min. A Argentina só não fez mais gols por falta de pontaria.
Mas o jogo não foi tranquilo para os argentinos. Desprotegidos, os zagueiros davam espaços. Tanto que Maradona trocou volantes por zagueiros, recuando o time.
Mas manteve Messi. Sua reestreia na Copa apagou o último jogo de 2006, quando, do banco, viu seu time ser eliminado pela Alemanha.


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