São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Mesmo de terno, Maradona é quase jogador

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

O terno cinza, a gravata prata e o sapato preto sinalizavam um Maradona mais tranquilo, um comandante distante, diante da Nigéria.
Mas, na sua reestreia em Mundiais após 16 anos, o técnico argentino atuou praticamente como jogador.
No jogo, entrou em campo, reclamou, exigiu ser ouvido pelos atletas e ameaçou até chutar a bola na lateral.
Após fazer o gol, Heinze e seus companheiros foram até o banco. Eufórico, Maradona invadiu o campo.
Não foi sua única infração. Quando queria dar uma instrução, ele olhava para o quarto árbitro. Ao perceber que não era vigiado, avançava até a linha lateral, ultrapassando a área técnica.
Foi assim quando a Argentina tinha uma falta longe dele. Ele gritou e fez gestos. Não foi ouvido e se revoltou.
O quarto árbitro, Hassan Kamranifar, do Irã, era vigia e alvo de desabafos.
Somente no primeiro tempo, recebeu duas reclamações, uma delas encerrada por um cumprimento amigo.
Outro afago do técnico foi um tapa na bunda de Ayegbeni, em cobrança lateral.
Antes do jogo, ainda de agasalho, Maradona foi até a arquibancada saudar e abraçar torcedores. O técnico só ficou reflexivo com a bola longe. Cruzou os braços, mirando-a. Mas, todas as vezes que ela chegou à sua área técnica, e foram muitas, fez questão de tocá-la. O sapato social não o atrapalhou.
Usado pela primeira vez em um jogo como treinador, seu terno cinza foi um pedido das filhas. Na entrevista, já estava de agasalho.
E riu quando um repórter perguntou se ele poderia repetir Beckenbauer, que é conhecido pela elegância e frieza, ao ganhar a Copa como jogador e técnico. "Sou bastante diferente de Beckenbauer", explicou. (PCC E RM)


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