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Mesmo de terno, Maradona é quase jogador
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
O terno cinza, a gravata
prata e o sapato preto sinalizavam um Maradona mais
tranquilo, um comandante
distante, diante da Nigéria.
Mas, na sua reestreia em
Mundiais após 16 anos, o técnico argentino atuou praticamente como jogador.
No jogo, entrou em campo,
reclamou, exigiu ser ouvido
pelos atletas e ameaçou até
chutar a bola na lateral.
Após fazer o gol, Heinze e
seus companheiros foram
até o banco. Eufórico, Maradona invadiu o campo.
Não foi sua única infração.
Quando queria dar uma instrução, ele olhava para o
quarto árbitro. Ao perceber
que não era vigiado, avançava até a linha lateral, ultrapassando a área técnica.
Foi assim quando a Argentina tinha uma falta longe dele. Ele gritou e fez gestos. Não
foi ouvido e se revoltou.
O quarto árbitro, Hassan
Kamranifar, do Irã, era vigia
e alvo de desabafos.
Somente no primeiro tempo, recebeu duas reclamações, uma delas encerrada
por um cumprimento amigo.
Outro afago do técnico foi
um tapa na bunda de Ayegbeni, em cobrança lateral.
Antes do jogo, ainda de
agasalho, Maradona foi até a
arquibancada saudar e abraçar torcedores. O técnico só
ficou reflexivo com a bola
longe. Cruzou os braços, mirando-a. Mas, todas as vezes
que ela chegou à sua área
técnica, e foram muitas, fez
questão de tocá-la. O sapato
social não o atrapalhou.
Usado pela primeira vez
em um jogo como treinador,
seu terno cinza foi um pedido
das filhas. Na entrevista, já
estava de agasalho.
E riu quando um repórter
perguntou se ele poderia repetir Beckenbauer, que é conhecido pela elegância e frieza, ao ganhar a Copa como
jogador e técnico. "Sou bastante diferente de Beckenbauer", explicou.
(PCC E RM)
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