Com apenas 2 canhotos, e ambos na mesma posição, seleção tem buraco na esquerda perto da estreia



EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

O time de Dunga é uma das seleções brasileiras menos "simétricas" da história.
E isso faz do lado esquerdo a maior dor de cabeça para o treinador na Copa de 2010, que começa para o seu time na terça, contra a Coreia do Norte, em Johannesburgo.
Dos 20 jogadores de linha, apenas Michel Bastos e Gilberto, que jogam na mesma posição, têm a perna esquerda como a mais forte.
Situação bem diferente das mais famosas seleções nacionais na história.
Em 1970, eram três canhotos só do meio-campo para frente -dois meias, Gérson e Rivellino, e um atacante, Tostão. Na conquista do tetra, há 16 anos, Leonardo, Branco e Zinho azeitavam o lado esquerdo. No penta, em 2002, esse papel cabia a Roberto Carlos e Rivaldo.
No Mundial da Alemanha, em 2006, novamente Roberto Carlos, Zé Roberto e Adriano eram titulares de Carlos Alberto Parreira.
Agora, existe até a possibilidade de Dunga escalar dez jogadores de linha destros -Daniel Alves pode até entrar na lateral esquerda.
Com tanta gente chutando com o pé direito, o lado esquerdo do campo, principalmente atrás, virou o grande buraco negro da seleção.
Michel Bastos, titular nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia, sobe muito e deixa
Lyon], por ter um jogador na lateral, achou que eu seria mais útil no meio. Mas, para quem não me conhece, que fique sabendo agora que eu sempre fui lateral esquerdo", declarou ele, um dos escalados pela CBF para a entrevista coletiva de ontem.
O outro, o volante Felipe Melo, que gaba-se de nunca ter saído derrotado nas vezes que esteve em campo defendendo a seleção, reconheceu que não foi bem nos amistosos preparatórios para a Copa-2010 (3 a 0 contra o Zimbábue e 5 a 1 na Tanzânia).
"Tive muitos erros contra a Tanzânia. Errei passes que não costumo errar. Estava sem concentração, e com medo de me machucar", falou o jogador da Juventus de Turim, que ainda reclamou do calor no amistoso de Dar Es Salaam, no último dia 7.


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