São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Ballack fará alta, prevê Klinsmann

Campeão em 1990 e treinador em 2006, ele defende o atual técnico

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN

"O time mudou muito, é jovem, o capitão já não está mais, mas tem sete jogadores que estiveram no último Mundial. Ainda é um time difícil de ser batido."
Quem falou à Folha sobre a Alemanha -que estreia hoje, contra a Austrália, em Durban- tem currículo para fazer o comentário: jogou três Copas, venceu a de 1990, anotou 11 gols em Mundiais e treinou a seleção há quatro anos, quando ficou em 3º.
Klinsmann aprova o atual técnico, Joachim Löw, seu auxiliar em 2006. "Ele faz um tremendo trabalho. Classificou bem o time nas eliminatórias e foi à final da Euro [de 2008] contra a Espanha."
Comentarista de três emissoras na Copa, Klinsmann aponta o maior problema alemão e minimiza o fato de o país ter sofrido com a baixa dos goleiros Enke, que se suicidou, e Adler, lesionado.
Apesar de Neuer, titular que disse ontem estar "pronto", não ter muita experiência internacional, Klinsmann afirma não ter preocupações com os arqueiros. "Confio nele [Neuer]. Os três goleiros do time são bons."
Para ele, o problema alemão é outro. "Quem fará muita falta é Ballack [cortado por causa de contusão]."

CONFIANÇA EM KLOSE
Klinsmann também defende o atacante Klose, artilheiro que não vive bom momento, mas pode bater o recorde de 15 gols de Ronaldo em Copas -teria que marcar cinco vezes para se igualar a ele.
Para o comentarista, Klose é um jogador muito sensível e precisa do apoio do treinador -o que ele não teve no Bayern, mas tem com Löw. O atual técnico não garante, porém, que Klose será titular.
Löw reconhece que o artilheiro está melhor fisicamente, recuperou sua capacidade de movimento, a potência e a velocidade. "Tenho a sensação de que ele está se livrando dos problemas psicológicos." A vaga entre os 11, diz Löw, é outra história. "Não é mero presente de aniversário", acrescentou.
Ao menos um atleta, Özil, pediu publicamente o centroavante. ""Posso jogar com todos os atacantes. Mas o fato é que, com Klose, funcionamos melhor."
Löw nega que seu time não esteja entre os favoritos. "Não sei quem será campeão. Temos um time jovem, mas a Alemanha é três vezes campeã do mundo."
Além dos vários desfalques que sofreu para esta Copa e de ter se renovado bastante, a Alemanha não tem mais nem a vantagem de jogar em casa, como quatro anos atrás. Aquilo foi "privilégio", diz Klinsmann.
Para ele, é como ocorre hoje com o técnico da África do Sul, Carlos Alberto Parreira, neste ano. "Você viu o que ocorreu na Alemanha em 2006, o orgulho do país. Imagine como será no Brasil, onde as pessoas são malucas por futebol", afirmou.


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