DA REPORTAGEM LOCAL

A chama olímpica de Atenas falhou ontem -no marco de um mês para o início dos Jogos- quando um imenso blecaute deixou a capital grega sem energia.
O blecaute, que ocorreu entre as 13h e as 14h (horário local), atingiu desde Larissa (centro da Grécia) até a ilha de Creta, no sul. O governo não estimou o número de pessoas afetadas pela falta de energia. Mais de quatro milhões de pessoas vivem na região.
Nesse período, os bombeiros receberam cerca de 500 chamadas para resgatar pessoas presas em elevadores. À tarde, a energia voltou em 99% de Atenas.
Durante o "apagão", os semáforos não funcionaram, e a polícia pediu calma aos motoristas. A prefeitura teve que colocar agentes para dirigir o tráfego e diminuir os engarrafamentos.
"Já nomeamos uma comissão para estudar o caso em detalhes", contou Dimitris Sioufas, ministro do Desenvolvimento da Grécia.
Uma das causas do blecaute pode ser um consumo excessivo de energia, já que Atenas ontem viveu um de seus dias mais quentes do ano: 40C. A hipótese foi descartada por Sioufas, que apontou outra origem para o problema.
"O blecaute não foi por falta de energia, mas por causa de um erro no cálculo do sistema de alta voltagem", declarou o ministro.
Mesmo com o blecaute às vésperas da Olimpíada, Sioufas minimizava o problema. "Há energia para todo o país agora e haverá durante os Jogos", afirmou.
A falta de energia frustrou os planos do ministro dos Transportes, Michael Liapis, que fazia uma viagem experimental no bonde que ligará o aeroporto de Atenas ao centro da cidade. Acompanhado por jornalistas, o ministro teve que percorrer o trecho final a pé.
Segundo os organizadores da Olimpíada, o blecaute não irá alterar o planejamento para os Jogos. "Nosso sistema de geração de energia foi projetado para permitir alimentação contínua para tudo o que estiver envolvido com a competição, desde placar e iluminação até computadores e transmissão de TV", afirmou o Athoc (Comitê Organizador dos Jogos de Atenas), em comunicado.
Os organizadores fizeram uma reunião de emergência pouco depois do apagão. A sede do Athoc teve um fornecimento parcial de energia graças a geradores.
Segundo o comitê, "não houve nenhum problema nas instalações olímpicas por causa dos geradores de elétricos". Eles disseram também que o Comitê Olímpico Internacional está ciente do plano de consumo de energia. O COI, por sua vez, já mostrou preocupação com o sistema de geração de energia da capital.