São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PEQUIM 2008

Inédito - Phelps 11 ouros

FENÔMENO AMERICANO, MICHAEL PHELPS TRIUNFA EM MAIS DUAS PROVAS E SE TORNA O MAIOR CAMPEÃO OLÍMPICO

Mark J. Terrill/Associated Press
Michael Phelps, logo depois de se tornar o maior vencedor da história olímpica

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM

Mais duas provas, mais dois ouros, e Michael Phelps escreveu ontem seu nome na história como o maior campeão olímpico de todos os tempos.
Na piscina do Cubo d'Água, em Pequim, o nadador dos EUA atingiu sua 11ª medalha em Olimpíadas e se isolou como o maior vencedor dos Jogos, realizados desde 1896.
Agora está à frente de lendas do esporte como seus compatriotas Mark Spitz, da natação, e Carl Lewis, do atletismo, o corredor finlandês Paavo Nurmi e a ginasta da extinta URSS Larisa Latynina, todos ganhadores de nove ouros.
Phelps venceu ontem os 200 m borboleta, com novo recorde mundial (1min52s03). Mesmo visivelmente cansado, recuperou-se para ajudar os EUA a ficarem em primeiro no 4 x 200 m livre -abriu o revezamento, que foi fechado em 6min58s56, recorde mundial.
Ele já soma cinco ouros em Pequim. "É uma honra. Eu já pude passar um tempo com Carl Lewis e troquei algumas palavras com Spitz aqui e ali. É definitivamente incrível", falou, após a vitória nos 200 m livre, anteontem, quando atingiu seu nono pódio na China.
Apesar das palavras de alegria, Phelps pouco comemorou quando igualou a marca. Sabia que tinha de se concentrar para as provas seguintes e que poderia ir mais longe.
O nadador ainda pode disputar três finais em Pequim. O sucesso em todas é fundamental para ele concretizar sua maior ambição nestes Jogos, ultrapassar Spitz, desta vez no número de medalhas de ouro obtidas em uma só Olimpíada.
Em Atenas-2004, o norte-americano falhou. Levou o bronze nos 200 m livre e no revezamento 4 x 100 m livre.
Curiosamente, essas duas provas trouxeram marcas emblemáticas a Phelps na China.
Na disputa individual, cravou o recorde mundial e superou os também nadadores norte-americanos Matt Biondi (Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992) e Jenny Thompson (Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000), ganhadores de oito ouros olímpicos cada um.
No revezamento, assistiu a uma das mais emocionantes disputas da história das Olimpíadas. Os EUA venceram nas últimas braçadas, após estarem quase um corpo atrás da equipe francesa. "Não está sendo fácil deixar essa prova [o revezamento] para trás. Foi tão emocionante! Mas estou me forçando a colocar isso na cabeça. Tenho de estar 100% focado", declarou Phelps.
"Não poderia pedir por nada melhor do que aconteceu em minhas primeiras provas. Fiquei feliz com o jeito como as coisas aconteceram. São um bom sinal para o que está por vir", afirmou o americano.
Hoje, a partir das 8h45, ocorrem as eliminatórias dos 200 m medley, com Phelps -e Thiago Pereira- em ação.
Mesmo já consagrado como o maior vencedor de todos os tempos dos Jogos, Phelps dá sinais de que não irá sossegar enquanto não bater Spitz.
Quando deixou Atenas, com seis ouros e dois bronzes, disse que, apesar de toda a badalação, ainda era só um garoto de 19 anos. Até os 16, nem sabia quem era Spitz, sete ouros em Munique-72. Hoje, aos 23, conhece muito bem o tamanho do peso da comparação.
O nadador não cita o compatriota quando fala de sua ambição em Pequim, mas não esconde que sua meta é vencer todas as competições em que está inscrito. Faltam três.


Texto Anterior: O que ver na TV

Próximo Texto: Natação: Phelps bate recordes à base de pizza e macarrão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.