São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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NATAÇÃO

Phelps bate recordes à base de pizza e macarrão

Receita para desempenho inclui de carboidratos a banhos de gelo

Aos 23 anos, nadador se diz cansado de acordar cedo para treinar: "É um pouco difícil levantar de manhã, mas isso é Olimpíada"


DA ENVIADA A PEQUIM

Quando viu o programa olímpico de Pequim pela primeira vez, Michael Phelps percebeu que seu maior adversário nos Jogos seria o relógio. Mas não aquele que registra seus recordes, e sim o que o faz acordar à força todos os dias pela manhã. Aos 23 anos e mais de uma década de treinos, ele já está cansado de acordar cedo.
Quando olhou para o placar eletrônico do Cubo d'Água, no entanto, teve certeza de que valeu a pena sair da cama quente mais uma vez na madrugada.
O desempenho do norte-americano na Olimpíada de Pequim o transformou no maior medalhista da história olímpica e já o fez superar Mark Spitz.
Não na meta principal, oito ouros em uma única edição da Olimpíada, algo inédito, um a mais do que o compatriota conseguiu em Munique-1972.
Mas, com a vitória nos 200 m borboleta e a quebra de um novo recorde, Phelps cravou sua 25ª melhor marca mundial -duas a mais do que as estabelecidas pelo multicampeão.
Em Pequim, Phelps também já havia superado os recordes dos 400 m medley, na estréia, e dos 200 m livre. E integrou a equipe recordista do 4 x 100 m livre, numa das mais emocionantes disputas da história -o Cubo d'Água já viu a superação de 14 marcas mundiais.
O programa de Phelps nos Jogos da China é ambicioso. A fórmula encontrada por ele para se manter focado e com energia para a disputa de 17 provas e 3.300 metros em Pequim, porém, parece simples.
"Tenho comido muita massa e pizza, me encho de carboidratos. E procuro dormir muito. Tenho acordado por volta das 4h30, 5h, todas as manhãs. Depois volto a dormir por mais uma hora e meia e me levanto. É um pouco difícil levantar de manhã, mas isso é Olimpíada, não há o que fazer", afirma.
Em Pequim, as finais da natação têm começado por volta das 10h (23h de Brasília) para serem transmitidas ao vivo pela TV norte-americana à noite.
Apesar dos resmungos, Phelps é conhecido por sua dedicação aos treinos. O trabalho com o técnico Bob Bowman inclui muitos quilômetros na piscina, treinos físicos e análises biomecânicas do nadador.
Disputar uma prova atrás da outra também castiga os músculos. Para superar dores e cansaço, Phelps, 23, faz massagem e banhos de gelo. "Estou tentando me recuperar da melhor forma possível", afirma.
Uma das características mais impressionantes do nadador é sua capacidade de recuperação. Phelps tem baixa produção de lactato, substância produzida pelo organismo após a queima da glicose, para o fornecimento de energia. Seu acúmulo nos músculos pode gerar hiperacidez, que causa dor e desconforto, após longo esforço físico.
Phelps atinge níveis mais baixos do que outros atletas de elite, o que o faz ficar pronto para a próxima disputa de modo mais rápido e eficiente.
Ontem, após estabelecer o novo recorde mundial dos 200 m borboleta, o nadador nascido em Baltimore teve menos de uma hora para recuperar o fôlego e os músculos e ajudar o 4 x 200 m livre de seu país, que pulverizou o recorde mundial.
Na tarde de anteontem, após conquistar seus dois ouros, Phelps havia tido seu primeiro período de folga nos Jogos de Pequim. Ficou descansando. E parece que seu corpo segue intacto. (MARIANA LAJOLO)


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