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PEQUIM 2008
Jogos Asiáticos
PUXADOS PELA ANFITRIÃ CHINA, PAÍSES DO CONTINENTE ASIÁTICO GANHAM MEDALHAS EM SÉRIE , ACUMULAM FEITOS MARCANTES E MOSTRAM SALTO DE QUALIDADE NOS PRIMEIROS DIAS EM PEQUIM
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A QINHUANGDAO
A China começou os Jogos
de Pequim arrasadora no quadro de medalhas, com vitórias
de desempenho irretocável,
como a de seus ginastas.
E quem está na órbita dos
anfitriões também brilha.
Após quatro dias de disputas
por pódios, o gigante asiático e
seus vizinhos, muitos deles
com ajuda material do governo
chinês, não param de obter feitos inéditos em Pequim.
Juntos, os países da Ásia somam 57 medalhas, sem contar
as dadas na noite de ontem
(manhã de hoje na China). Em
Atenas-04, nas mesmas provas disputadas na reta inicial
em Pequim, eram 45 pódios.
Isso prova que o calendário,
que prioriza no começo esportes em que os asiáticos são
bons, não é a única explicação
para o domínio do continente.
A lista de feitos impressiona.
Com o levantamento de peso, a Coréia do Norte interrompeu um hiato de 12 anos
sem ouros olímpicos. Em quatro dias de Jogos, o mais fechado vizinho chinês soma sete
medalhas, duas a mais do que
em toda a Olimpíada passada.
A Índia quebrou um jejum
de 28 anos sem ir ao topo do
pódio com o triunfo do atirador Abhinav Bindra na carabina de ar. Foi também o primeiro ouro do segundo país mais
populoso do planeta em uma
prova individual -antes, só tinha medalhas desse metal no
hóquei sobre a grama.
Com Park Tae-hwan, de 18
anos, a Coréia do Sul, que aparecia em terceiro no quadro
geral, ganhou uma medalha na
natação pela primeira vez. E
ela foi conquistada em grande
estilo: ouro nos 400 m livre.
No levantamento de peso, o
Vietnã ganhou uma prata, ou o
mesmo que tinha conseguido
em todo o resto de sua trajetória olímpica. Tanto norte-coreanos quanto vietnamitas
apostam alto no levantamento
de peso e no taekwondo.
Ao todo, 14 países asiáticos
(segundo a distribuição definida pelo Comitê Olímpico Internacional) já foram ao pódio
nos Jogos de Pequim, sendo
seis no lugar mais desejado.
Disparada na liderança do
quadro de medalhas -tinha 13
ouros contra 7 dos EUA depois
de quatro dias de finais-, a
China também ajudou a moldar medalhas de outros países.
O Vietnã manda os atletas de
elite para treinar por meses na
China, que ainda banca o envio
de técnicos e outros especialistas na área esportiva para o pobre vizinho comunista. Os norte-coreanos terão 63 atletas na
vizinha China. Há quatro anos,
mandou 36 a Atenas. Segundo
o governo do país comunista, a
proximidade com a sede dos
Jogos e o fato de a China ser
um aliado político explicam o
aumento expressivo.
A Índia, outro gigante asiático, também começa a colocar o
esporte como prioridade. O
país investe na realização de
grandes eventos, como os Jogos da Comunidade Britânica,
que serão em 2010. Ainda passou a importar de forma maciça treinadores de outros países, muitos deles chineses.
O Japão, três ouros em quatro dias, montou sua maior delegação para uma Olimpíada
fora do país. "A meta é ganhar
ouros em dígitos duplos e um
total de pelo menos 30 medalhas", disse Tomiaki Fukuda,
do comitê olímpico japonês.
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