São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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PEQUIM 2008

Jogos Asiáticos

PUXADOS PELA ANFITRIÃ CHINA, PAÍSES DO CONTINENTE ASIÁTICO GANHAM MEDALHAS EM SÉRIE , ACUMULAM FEITOS MARCANTES E MOSTRAM SALTO DE QUALIDADE NOS PRIMEIROS DIAS EM PEQUIM

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A QINHUANGDAO

A China começou os Jogos de Pequim arrasadora no quadro de medalhas, com vitórias de desempenho irretocável, como a de seus ginastas.
E quem está na órbita dos anfitriões também brilha.
Após quatro dias de disputas por pódios, o gigante asiático e seus vizinhos, muitos deles com ajuda material do governo chinês, não param de obter feitos inéditos em Pequim.
Juntos, os países da Ásia somam 57 medalhas, sem contar as dadas na noite de ontem (manhã de hoje na China). Em Atenas-04, nas mesmas provas disputadas na reta inicial em Pequim, eram 45 pódios. Isso prova que o calendário, que prioriza no começo esportes em que os asiáticos são bons, não é a única explicação para o domínio do continente.
A lista de feitos impressiona.
Com o levantamento de peso, a Coréia do Norte interrompeu um hiato de 12 anos sem ouros olímpicos. Em quatro dias de Jogos, o mais fechado vizinho chinês soma sete medalhas, duas a mais do que em toda a Olimpíada passada.
A Índia quebrou um jejum de 28 anos sem ir ao topo do pódio com o triunfo do atirador Abhinav Bindra na carabina de ar. Foi também o primeiro ouro do segundo país mais populoso do planeta em uma prova individual -antes, só tinha medalhas desse metal no hóquei sobre a grama.
Com Park Tae-hwan, de 18 anos, a Coréia do Sul, que aparecia em terceiro no quadro geral, ganhou uma medalha na natação pela primeira vez. E ela foi conquistada em grande estilo: ouro nos 400 m livre.
No levantamento de peso, o Vietnã ganhou uma prata, ou o mesmo que tinha conseguido em todo o resto de sua trajetória olímpica. Tanto norte-coreanos quanto vietnamitas apostam alto no levantamento de peso e no taekwondo.
Ao todo, 14 países asiáticos (segundo a distribuição definida pelo Comitê Olímpico Internacional) já foram ao pódio nos Jogos de Pequim, sendo seis no lugar mais desejado.
Disparada na liderança do quadro de medalhas -tinha 13 ouros contra 7 dos EUA depois de quatro dias de finais-, a China também ajudou a moldar medalhas de outros países.
O Vietnã manda os atletas de elite para treinar por meses na China, que ainda banca o envio de técnicos e outros especialistas na área esportiva para o pobre vizinho comunista. Os norte-coreanos terão 63 atletas na vizinha China. Há quatro anos, mandou 36 a Atenas. Segundo o governo do país comunista, a proximidade com a sede dos Jogos e o fato de a China ser um aliado político explicam o aumento expressivo.
A Índia, outro gigante asiático, também começa a colocar o esporte como prioridade. O país investe na realização de grandes eventos, como os Jogos da Comunidade Britânica, que serão em 2010. Ainda passou a importar de forma maciça treinadores de outros países, muitos deles chineses.
O Japão, três ouros em quatro dias, montou sua maior delegação para uma Olimpíada fora do país. "A meta é ganhar ouros em dígitos duplos e um total de pelo menos 30 medalhas", disse Tomiaki Fukuda, do comitê olímpico japonês.


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