São Paulo, quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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na contramão

Brasil erra o foco no antidoping

Enquanto Iaaf se esforça para concentrar testes fora de competições, atletismo do país faz o oposto

Às vésperas do Mundial de Berlim, CBAt convive com explosão recorde de atletas flagrados, mas afirma que rotina de testes não mudará

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Justamente no ano em que a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) intensificou o combate ao uso de substâncias proibidas, deflagrou-se o maior escândalo de doping da história da modalidade.
A entidade nacional, no entanto, ainda está longe de se igualar aos padrões da Iaaf, a entidade que gerencia o atletismo mundial, no que concerne aos critérios que definem o momento em que o teste antidoping deve ser feito.
Do total de exames realizados em atletas brasileiros pela confederação em 2009 (293), somente 20,4% aconteceram fora de competição.
Por sua vez, a Iaaf privilegiou esse tipo de teste no ano passado, o último em que há um levantamento. Mais da metade dos exames, ou 52%, ocorreu fora do período de disputas.
Segundo regulamento da Iaaf, a proporção entre testes realizados fora e dentro de competição deve levar em conta os riscos de doping em cada período. Apesar de a CBAt não privilegiar os testes-surpresa, quase 40% dos esportistas flagrados desde 2003, quando a entidade começou a divulgar tais estatísticas, foram examinados fora de competição.
Cinco dos sete atletas que deram positivo para doping no Brasil, nas últimas semanas, foram flagrados nesse período.
Segundo Thomaz Mattos de Paiva, presidente da Agência Nacional de Combate ao Doping (Anad), vinculada à CBAt, a proporção de testes deve ser mantida nos padrões atuais até o fim da temporada, a despeito do escândalo recente.
"Isso [limitação de testes-surpresa] não compromete a nossa atuação. O que vale é a qualidade do exame, não a quantidade. Não adianta fazer vários exames, gastar muito dinheiro, e não ter resultados satisfatórios", afirmou Paiva.


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