São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Volantes abrem caminho para vitória que manteve equipe na liderança

"Cães de guarda" do Santos roem oponente osso duro

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Devid, autor de 13 gols no torneio e que abriu o placar para o Santos ontem, festeja com Robinho, que já balançou a rede 17 vezes


EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os "cães de guarda" santistas não foram brilhantes, mas essenciais para roer o Palmeiras "osso duro". Com jogadas dos volantes Zé Elias e Fabinho, o time da Vila Belmiro bateu o rival por 2 a 1, no Pacaembu, e manteve a liderança do Brasileiro, com 55 pontos.
Os brucutus de Vanderlei Luxemburgo apareceram nos minutos finais do primeiro tempo e roubaram a cena. Os dois conseguiram romper o forte sistema defensivo palmeirense e levar o Santos à 17ª vitória. De seus pés saíram os gols de Deivid e Elano que decretaram o triunfo santista.
"Nós tínhamos que fugir da marcação palmeirense. E conseguimos dessa forma", disse Luxemburgo, que avisou aos seus volantes na preleção que eles poderiam ser a surpresa do clássico.
O Santos, em seu estilo predador, tomou a iniciativa de atacar. E, ao menos nos minutos iniciais, deixou o adversário em perigo.
Mas o Palmeiras se mostrou mesmo um osso difícil de roer. Como já havia sido anunciado, Estevam Soares, que escalou o time com cinco jogadores no meio-campo, colocou seu trio de volantes sobre os principais homens santistas. Marcinho não desgrudava de Robinho, Magrão seguia Ricardinho, e Corrêa não dava espaços para Elano.
Sem a mesma precisão defensiva do rival, o Santos passava apuros quando os adversários partiam nos contra-ataques.
Mas foram nos lances de bola parada, com Corrêa, que ocorreram os lances mais perigosos do Palmeiras. Primeiro o volante cobrou escanteio e quase fez um gol olímpico. Mauro espalmou. Em nova cobrança, pela direita, Corrêa encontrou o zagueiro Gabriel livre. Ele cabeceou para fora.
A dupla apareceria novamente aos 33min, quando Corrêa cobrou falta e Gabriel, de cabeça, acertou o travessão de Mauro.
Sem tomar, o Santos marcou. Zé Elias aproveitou bobeira de Corrêa e Marcinho, roubou a bola e tocou para Robinho, que serviu Deivid. Em uma de suas raras aparições no primeiro tempo, ele chutou cruzado, aos 41min.
Cinco minutos depois, foi a vez de o outro volante santista aparecer. Fabinho, o segundo melhor passador do time, com 84,5% de eficiência, tomou a bola de Elson e serviu Elano, que fez 2 a 0.
"O Palmeiras marca muito forte. Essas duas roubadas de bola nos ajudaram a desarmá-los", disse Zé Elias no intervalo.
No segundo tempo, Estevam Soares adiantou sua equipe, liberando mais seus laterais. E, logo no primeiro minuto, Lúcio fez boa jogada pela esquerda e a bola sobrou para Osmar, que, livre na área, chutou para fora.
A resposta santista, que passou a jogar nos contragolpes, foi quase imediata. Novamente Zé Elias apareceu na entrada da área, passou por um rival e chutou para boa defesa de Sérgio.
O Palmeiras, no entanto, continuou pressionando. Mas, com um só atacante, tinha carência de força ofensiva. As jogadas de bola parada continuavam sendo a melhor opção, mas os palmeirenses não acertavam a meta santista.
Assim, a reação só veio após grande jogada de Lúcio. O lateral avançou até a área e cruzou para Osmar, que descontou aos 38min.
Em seguida, Zé Elias, que já tinha amarelo, fez falta dura e foi expulso. O Palmeiras pressionou, mas não teve força para empatar.

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