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Efeito maternidade
Tricampeã do Aberto dos EUA, Kim Clijsters vê seu desempenho melhorar após o nascimento de sua filha, Jada, mesmo jogando menos por ter que dividir as atenções da carreira com os assuntos domésticos
FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO
Na cerimônia de premiação do Aberto dos EUA, a pequena Jada, 2, chamou a
atenção por não se mostrar
muito disposta em participar
da sessão de fotos da mãe,
Kim Clijsters, com o troféu.
Mas é fato que loirinha representou um divisor de
águas na carreira da mãe,
que anteontem ganhou seu
terceiro título no torneio em
Nova York. Após seu nascimento, os números de Clijsters, 27, melhoraram.
Ex-número um do mundo,
a tenista belga anunciou sua
aposentadoria precoce, aos
23 anos, em 2007.
Jada nasceu em fevereiro
de 2008 e um ano e meio depois Clijsters retomou a carreira, na qual ostentava um
aproveitamento de 80% e
um título de Grand Slam -o
Aberto dos EUA-2005.
A estatística após a volta
mostra que ela vence 86,3%
dos jogos que disputa e já são
mais dois Abertos dos EUA.
Apesar disso, é difícil que
ela retome o topo do ranking,
onde esteve pela primeira
vez em agosto de 2003.
Naquela temporada, Clijsters disputou 21 torneios.
Agora, com a família dividindo suas atenções, ela soma apenas 10 em 2010.
"Acho que Pequim [em outubro] é o único torneio que
resta", disse ela, após derrotar a russa Vera Zvonareva
por 6/2 e 6/1. "Mas agora só
quero arrumar as malas, voltar para a Bélgica e passar
um tempo com a minha família", completou ela, casada com o americano Brian
Lynch, jogador de basquete.
Clijsters afirma que pretende dar continuidade em
sua carreira enquanto for capaz de balancea-la com os
seus assuntos domésticos.
"Jada ainda não tem idade
para ir para a escola, mas será uma história totalmente
diferente quando ela chegar
nesse ponto", afirmou a terceira mãe a conquistar um título de Grand Slam.
Clijsters, que é filha de um
famoso jogador de futebol na
Bélgica (Leo foi eleito o melhor do país em 1988), diz que
pretende criar a filha da mesma maneira que cresceu.
"Só fui pensar nisso [que
tinha o pai famoso] quando
era mais velha e tinha uns 10
anos. Para ela, acho que vai
ser a mesma coisa", afirmou.
A tricampeã do Grand
Slam americano disse que
não tenta explicar à filha o
que está acontecendo.
"Ela vê o troféu e sabe que
tem algo a ver com vitória.
Mas eu nunca vou chegar e
dizer para ela: "Mamãe ganhou o Aberto dos EUA"."
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