São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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Brasileiros se destacam só na periferia

País perde representatividade e tem Jadson e Hulk entre os prestigiados

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O Barcelona é o time de um argentino, Lionel Messi. O astro do Real Madrid é um português, Cristiano Ronaldo. E é no inglês Wayne Rooney que o Manchester United deposita todas as esperanças.
O futebol brasileiro, celeiro de oito prêmios de melhor jogador do mundo, tornou-se coadjuvante nos gigantes da Copa dos Campeões. E só mantém o protagonismo em equipes da periferia europeia.
Entre os representantes dos quatro países mais bem posicionados no ranking da Uefa (Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália), não há nenhum brasileiro que ostente o posto de craque do time.
O meia Renato Augusto (Bayer Leverkusen) é quem mais chega perto desse papel. Mas cada convocação sua para a seleção brasileira se torna alvo de críticas pesadas.
Para achar legítimas estrelas nacionais na Europa, só saindo dos grandes centros.
Jadson, dono do meio de campo do Shakhtar Donetsk, levou o clube ucraniano às quartas de final da Copa dos Campeões. E Hulk, ainda com a companhia do recém-vendido Radamel Falcao no ataque do Porto, foi campeão português e da Liga Europa.
Ambos conseguiram figurar em listas recentes do técnico Mano Menezes. Mas é improvável imaginá-los levantando o troféu e se consagrando no interclubes mais badalado do planeta.
Desde 2006/07, temporada em que Kaká conduziu o Milan rumo ao título, o Brasil não ganha o prêmio de craque da Copa dos Campeões.
Na última edição, o país só emplacou um jogador na seleção do torneio: o lateral esquerdo Marcelo, ofuscado no Real por Cristiano Ronaldo.
Foi Kaká o último brasileiro a ser protagonista de um grande clube europeu, rótulo perdido ao deixar o Milan para embarcar no projeto madrileno, há dois anos.
Já na reta final da carreira, sua geração, que inclui também Ronaldinho, endeusado à época do Barcelona e hoje no Flamengo, ainda não tem substituição à altura.
Alexandre Pato e Robinho, que deixaram o Brasil com expectativa de serem esses nomes, hoje disputam vaga no ataque do Milan ao lado de um intocável Ibrahimovic.
E Neymar, o próximo candidato a estrela nacional na Europa, beneficia-se do crescimento da economia brasileira para ficar mais tempo no Santos antes da inevitável estreia na Copa dos Campeões.
A melhoria das finanças do lado de cá do Atlântico e a perda de prestígio ajudam a explicar a queda na presença brasileira na competição.
No total, são 74 jogadores nascidos no país, distribuídos por 24 dos 32 clubes. Parece muito, mas é a menor participação em seis anos. E desde 2006/07 tantos times não largavam sem brasileiros.

FOLHA.com
Acompanhe a partir das 15h30 a rodada da Copa dos Campeões
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