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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Ronaldo, Rivaldo e Kaká têm desempenho discreto na vitória da seleção sobre a Jamaica por 1 a 0, na Inglaterra

Estrelas do Brasil se apagam em amistoso

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LEICESTER

Pelé, Carlo Ancelotti e Ronaldinho foram dormir tranquilos ontem, depois de mais uma apagada atuação da seleção brasileira.
Com performances discretas de Ronaldo, Rivaldo e Kaká, "inimigos" do trio, o time, em Leicester, na Inglaterra, venceu a Jamaica por um magro 1 a 0, em gol marcado num certeiro e potente chute de fora da área de Roberto Carlos ainda no início do confronto.
Os três atacantes no esquema de Carlos Alberto Parreira perderam a oportunidade de atingir seus objetivos pessoais contra uma equipe que é apenas a 46ª colocada no ranking da Fifa e que ontem só teve uma chance no ataque durante todo o duelo.
Em campo por 90 minutos, Ronaldo não marcou e desperdiçou boa chance de se aproximar do recorde do maior artilheiro da história da seleção brasileira, o que já é quase uma obsessão do jogador do Real Madrid.
"Faltou um pouco de sorte. Tive três ocasiões para marcar, duas delas claras, mas o goleiro foi muito bem. O resultado foi curto pelo que o time apresentou", lamentou Ronaldo.
Neste ano, o atacante começou a falar com insistência sobre a meta de alcançar Pelé, mas acabou vendo seu desempenho despencar com a camisa da seleção.
Em quase dez anos a serviço do time nacional, ele nunca teve uma média de gols marcados tão baixa como agora.
Em seis jogos na atual temporada, o jogador só fez um gol (média de 0,17 por partida). A título de comparação, no ano passado Ronaldo conseguira a espetacular marca de 0,85 gol por jogo defendendo a equipe do Brasil.
Se Ronaldo só tem a lamentar uma pequena batalha perdida, Rivaldo, que nem perto do gol ficou ontem, tem muito mais motivos para dores de cabeça.
Ele chegou a Leicester falando em usar o amistoso de ontem para provar que pode ser titular do Milan, ao contrário do que acha seu técnico, Carlo Ancelotti, que o despreza solenemente no time italiano. Queria fazer uma boa atuação ao lado de Kaká para mostrar seu talento a Ancelotti.
Sem brilho algum no jogo contra os jamaicanos, ele mudou o discurso na saída dos vestiários. "Com todo respeito, já não tenho nada a mostrar para ninguém. Todo mundo sabe do que sou capaz", disse Rivaldo, que escolhe bem as palavras para não entrar em atrito com Ancelotti.
"Nunca pedi para ser titular, só mais oportunidades para mostrar meu futebol", afirmou o jogador, que garante ter resolvido os problemas particulares que afetaram seu desempenho no início da temporada 2003.
Por fim, Kaká, na primeira vez que começou como titular em uma partida da seleção com todas as estrelas, não repetiu o nível de jogo que apresenta no Milan ou dos treinos durante a semana com a própria seleção .
Fugindo do setor direito do ataque, onde Parreira o queria (""ele caiu muito pelo meio e pela esquerda", reclamou o treinador), também ficou longe do gol e não se entendeu com Rivaldo da mesma forma que faz o lesionado Ronaldinho, a quem substituiu ontem em Leicester.
Mesmo assim -e com o aval do treinador-, tem a esperança de continuar titular da seleção.
""Eu tenho que fazer minha parte e aproveitar as oportunidades. Vou esperar, continuar jogando bem no Milan e buscar meu espaço em novembro", diz o atacante, que, assim como Rivaldo, acabou sendo substituído no segundo tempo por Parreira.



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