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FUTEBOL
Ronaldo, Rivaldo e Kaká têm desempenho discreto na vitória da seleção sobre a Jamaica por 1 a 0, na Inglaterra
Estrelas do Brasil se apagam em amistoso
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LEICESTER
Pelé, Carlo Ancelotti e Ronaldinho foram dormir tranquilos ontem, depois de mais uma apagada
atuação da seleção brasileira.
Com performances discretas de
Ronaldo, Rivaldo e Kaká, "inimigos" do trio, o time, em Leicester,
na Inglaterra, venceu a Jamaica
por um magro 1 a 0, em gol marcado num certeiro e potente chute
de fora da área de Roberto Carlos
ainda no início do confronto.
Os três atacantes no esquema de
Carlos Alberto Parreira perderam
a oportunidade de atingir seus
objetivos pessoais contra uma
equipe que é apenas a 46ª colocada no ranking da Fifa e que ontem
só teve uma chance no ataque durante todo o duelo.
Em campo por 90 minutos, Ronaldo não marcou e desperdiçou
boa chance de se aproximar do recorde do maior artilheiro da história da seleção brasileira, o que já
é quase uma obsessão do jogador
do Real Madrid.
"Faltou um pouco de sorte. Tive
três ocasiões para marcar, duas
delas claras, mas o goleiro foi
muito bem. O resultado foi curto
pelo que o time apresentou", lamentou Ronaldo.
Neste ano, o atacante começou
a falar com insistência sobre a meta de alcançar Pelé, mas acabou
vendo seu desempenho despencar com a camisa da seleção.
Em quase dez anos a serviço do
time nacional, ele nunca teve uma
média de gols marcados tão baixa
como agora.
Em seis jogos na atual temporada, o jogador só fez um gol (média
de 0,17 por partida). A título de
comparação, no ano passado Ronaldo conseguira a espetacular
marca de 0,85 gol por jogo defendendo a equipe do Brasil.
Se Ronaldo só tem a lamentar
uma pequena batalha perdida, Rivaldo, que nem perto do gol ficou
ontem, tem muito mais motivos
para dores de cabeça.
Ele chegou a Leicester falando
em usar o amistoso de ontem para provar que pode ser titular do
Milan, ao contrário do que acha
seu técnico, Carlo Ancelotti, que o
despreza solenemente no time
italiano. Queria fazer uma boa
atuação ao lado de Kaká para
mostrar seu talento a Ancelotti.
Sem brilho algum no jogo contra os jamaicanos, ele mudou o
discurso na saída dos vestiários.
"Com todo respeito, já não tenho
nada a mostrar para ninguém.
Todo mundo sabe do que sou capaz", disse Rivaldo, que escolhe
bem as palavras para não entrar
em atrito com Ancelotti.
"Nunca pedi para ser titular, só
mais oportunidades para mostrar
meu futebol", afirmou o jogador,
que garante ter resolvido os problemas particulares que afetaram
seu desempenho no início da
temporada 2003.
Por fim, Kaká, na primeira vez
que começou como titular em
uma partida da seleção com todas
as estrelas, não repetiu o nível de
jogo que apresenta no Milan ou
dos treinos durante a semana
com a própria seleção .
Fugindo do setor direito do ataque, onde Parreira o queria (""ele
caiu muito pelo meio e pela esquerda", reclamou o treinador),
também ficou longe do gol e não
se entendeu com Rivaldo da mesma forma que faz o lesionado Ronaldinho, a quem substituiu ontem em Leicester.
Mesmo assim -e com o aval do
treinador-, tem a esperança de
continuar titular da seleção.
""Eu tenho que fazer minha parte e aproveitar as oportunidades.
Vou esperar, continuar jogando
bem no Milan e buscar meu espaço em novembro", diz o atacante,
que, assim como Rivaldo, acabou
sendo substituído no segundo
tempo por Parreira.
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