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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Pode colocar a faixa

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Cruzeiro abre 12 pontos de vantagem sobre o vice-líder. Só uma zebra do tamanho de um elefante pode tirar o título do clube mineiro.
Depois da vitória sobre o Atlético-MG, os jogadores cruzeirenses, exaustos e felizes, diziam as frases de praxe: "Não tem nada ganho ainda", "o campeonato não acabou" etc. Mas nos olhos de cada um deles já havia o brilho do campeão.
Nada mais justo. O Cruzeiro tem o melhor conjunto, o melhor treinador e o melhor jogador (Alex) do torneio. Faz uma campanha impecável (a vitória sobre o Galo foi a oitava seguida). Quem pode contestar essa hegemonia?
 
O Santos, mais uma vez, tropeçou e viu o líder se distanciar. E quem viu o jogo contra o São Caetano, sábado, sabe que o Azulão foi melhor e até merecia vencer.
Foi um dos jogos mais interessantes do campeonato, cheio de alternativas, acidentes e reviravoltas.
Começou com o gol relâmpago do Santos. Em seguida, o Peixe ficou sem sua zaga (Preto contundido e Pereira expulso) e teve de improvisar. O São Caetano perdeu Adhemar (expulso), mas voltou mais organizado e aguerrido para o segundo tempo.
Justamente quando o Azulão mais pressionava, brilhou o talento santista: Diego enfiou uma bola perfeita para Renato, que chutou no ângulo, colocando o Santos novamente na frente.
Na base do abafa, o Azulão empatou. Tudo somado, foi uma linda partida.
 
São Paulo x Corinthians também foi um clássico conturbado, marcado por expulsões de parte a parte, mas não teve o equilíbrio do jogo de sábado em São Caetano. O tricolor, apesar das suas muitas limitações, é hoje muito mais time que o alvinegro.
Depois de duas derrotas seguidas, ambas por três a zero, Júnior deve estar pensando: "Onde é que eu fui amarrar o meu burro?"
O Corinthians é um caso a ser estudado. Vice brasileiro de 2002, campeão paulista deste ano, em poucos meses deixou de ser uma potência para se tornar um time medíocre.
Se estivesse jogando assim desde o início, estaria hoje lutando para não ser rebaixado.
 
Com tantos clássicos estaduais na rodada do Nacional, a Rede Globo escolheu Goiás x Fluminense para mostrar a todo o país (com exceção de São Paulo).
Depois a emissora culpa os pontos corridos pela baixa audiência das transmissões.
Até que foi bom. Assim o Brasil inteiro pôde ver mais um passo da espetacular recuperação do Goiás neste segundo turno, depois de ter segurado a lanterna durante boa parte do primeiro.
Os clássicos com menos público foram o do Maracanã e o do Morumbi. Sinal da decadência de grandes clubes do Rio e de São Paulo.

Sem ânimo
A seleção brasileira jogou em ritmo de treino contra a Jamaica, na Inglaterra, como tem acontecido nos amistosos, ontem. A partida não valia nada, o adversário era fraco, mas o campo era um tapete e o estádio estava cheio de gente que merecia ver algo melhor. Não custava nada tentar. Com exceção do chute espetacular de Roberto Carlos, os astros em campo esconderam sua arte.

Travo amargo
Brigado e corrido como costuma ser o futebol gaúcho, o Gre-Nal de ontem foi eletrizante. Para a torcida gremista, o que poderia ser melhor que vencer no campo do rival, com um gol do ex-colorado Christian? O único problema foi ouvir o coro adversário: "Ão, ão, ão, segunda divisão".


E-mail: jgcouto@uol.com.br


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