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FUTEBOL
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JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Cruzeiro abre 12 pontos
de vantagem sobre o vice-líder. Só uma zebra do tamanho de
um elefante pode tirar o título do
clube mineiro.
Depois da vitória sobre o Atlético-MG, os jogadores cruzeirenses,
exaustos e felizes, diziam as frases
de praxe: "Não tem nada ganho
ainda", "o campeonato não acabou" etc. Mas nos olhos de cada
um deles já havia o brilho do
campeão.
Nada mais justo. O Cruzeiro
tem o melhor conjunto, o melhor
treinador e o melhor jogador
(Alex) do torneio. Faz uma campanha impecável (a vitória sobre
o Galo foi a oitava seguida).
Quem pode contestar essa hegemonia?
O Santos, mais uma vez, tropeçou e viu o líder se distanciar. E
quem viu o jogo contra o São Caetano, sábado, sabe que o Azulão
foi melhor e até merecia vencer.
Foi um dos jogos mais interessantes do campeonato, cheio de
alternativas, acidentes e reviravoltas.
Começou com o gol relâmpago
do Santos. Em seguida, o Peixe ficou sem sua zaga (Preto contundido e Pereira expulso) e teve de
improvisar. O São Caetano perdeu Adhemar (expulso), mas voltou mais organizado e aguerrido
para o segundo tempo.
Justamente quando o Azulão
mais pressionava, brilhou o talento santista: Diego enfiou uma
bola perfeita para Renato, que
chutou no ângulo, colocando o
Santos novamente na frente.
Na base do abafa, o Azulão empatou. Tudo somado, foi uma linda partida.
São Paulo x Corinthians também foi um clássico conturbado,
marcado por expulsões de parte a
parte, mas não teve o equilíbrio
do jogo de sábado em São Caetano. O tricolor, apesar das suas
muitas limitações, é hoje muito
mais time que o alvinegro.
Depois de duas derrotas seguidas, ambas por três a zero, Júnior
deve estar pensando: "Onde é que
eu fui amarrar o meu burro?"
O Corinthians é um caso a ser
estudado. Vice brasileiro de 2002,
campeão paulista deste ano, em
poucos meses deixou de ser uma
potência para se tornar um time
medíocre.
Se estivesse jogando assim desde
o início, estaria hoje lutando para
não ser rebaixado.
Com tantos clássicos estaduais
na rodada do Nacional, a Rede
Globo escolheu Goiás x Fluminense para mostrar a todo o país
(com exceção de São Paulo).
Depois a emissora culpa os pontos corridos pela baixa audiência
das transmissões.
Até que foi bom. Assim o Brasil
inteiro pôde ver mais um passo
da espetacular recuperação do
Goiás neste segundo turno, depois
de ter segurado a lanterna durante boa parte do primeiro.
Os clássicos com menos público
foram o do Maracanã e o do Morumbi. Sinal da decadência de
grandes clubes do Rio e de São
Paulo.
Sem ânimo
A seleção brasileira jogou em
ritmo de treino contra a Jamaica, na Inglaterra, como tem
acontecido nos amistosos, ontem. A partida não valia nada, o
adversário era fraco, mas o
campo era um tapete e o estádio estava cheio de gente que
merecia ver algo melhor. Não
custava nada tentar. Com exceção do chute espetacular de Roberto Carlos, os astros em campo esconderam sua arte.
Travo amargo
Brigado e corrido como costuma ser o futebol gaúcho, o Gre-Nal de ontem foi eletrizante.
Para a torcida gremista, o que
poderia ser melhor que vencer
no campo do rival, com um gol
do ex-colorado Christian? O
único problema foi ouvir o coro
adversário: "Ão, ão, ão, segunda divisão".
E-mail: jgcouto@uol.com.br
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