|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÇÃO
Molhada e gelada
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Há cerca de 15 anos, o francês Gerard Fusil juntou times mistos em diferentes modalidades de esportes outdoor e criou
a corrida de aventura e sua pioneira competição, o Raid Gauloise. Combinando atividade física,
intelectual (estratégia e navegação), psicológica (relacionamento
na equipe) e ecológica, a nova
modalidade atraiu praticantes e
ganhou fama. Mas, como concebida, ela ficava limitada a poucos
superatletas e inacessível ao público. Seu colega (e depois concorrente) Mark Burnett foi quem
empacotou o esporte para a TV e
o popularizou com o Eco Challenge. A coisa deu certo. O inglês
Burnett virou um grande empresário da TV americana, deixou as
corridas e se dedicou ao "Survivor", programa que desencadeou
uma enxurrada de reality shows.
Mas, se a exposição na TV conquistava patrocínios e resolvia o
acesso ao público, a atração de
novos praticantes ainda dependia de ajustes no formato da competição. De provas como a Elf Authentic Adventure, cujo tempo de
conclusão, para o vencedor, superava 11 dias em 800 km de percurso, até provas de 50 km de poucas
horas, o esporte vem se moldando
em busca da popularização e da
fidelização dos atletas. O mesmo
vale para a sua organização, que,
mesmo com provas como a americana Primal Quest distribuindo
US$ 250 mil em prêmios e um circuito mundial com dez provas
-Adventure Race World Series-, não possui federação reconhecida internacionalmente.
No Brasil, o esporte foi introduzido em 97 com a Expedição Mata Atlântica. Hoje o Ecomotion/
Pro é a mais importante competição da América Latina. Sua terceira edição internacional, concluída na semana passada, consolidou a prova no calendário da
ARWS e levou dez das melhores
equipes do mundo ao RS.
Já na largada deu para notar a
elaboração e a logística da prova.
Para cada uma das 52 equipes
inscritas, havia uma corda instalada para que descessem de rapel
as falésias da praia de Torres e
iniciassem a corrida pelas dunas.
De trekking foram 141 km, de
mountain bike, 236, de canoagem, 49, e de rafting, outros 18,
completando um roteiro de 444
km que terminava em Gramado.
Os postos de controle foram colocados estrategicamente para
aproveitar o cenário da serra
gaúcha. Em três deles, a parada
era obrigatória, sendo exigido um
mínimo de quatro horas de descanso durante a prova, em outros
havia a opção do apoio ou de seguir, abrindo mão do suporte para ganhar até uma hora. Tudo isso sob temperaturas inferiores a
10C e uma forte chuva, que obrigou a organização a alterar certos
trechos que cruzavam rios.
A equipe espanhola Buff-Nike,
com 68h43min, venceu e levou a
maior fatia dos US$ 60 mil em
prêmios. Em segundo, veio a
americana Merrel, e em terceiro,
beneficiada pela desistência de
uma equipe sueca a pouco mais
de 7 km da chegada, a brasiliense
Oskalunga Brasil Telecom. A 35ª
e última equipe classificada levou
quase o dobro de tempo da campeã para concluir o percurso, com
muito orgulho, esse o autêntico
espírito do esporte.
SuperSurf
Começou ontem em Itamambuca, Ubatuba (SP), a decisiva etapa do
Brasileiro profissional. Com descartes, Fabio Gouveia larga na frente
entre os nove candidatos ao título. No feminino, quatro garotas têm
chances. As ondas estão pequenas, mas há previsão de melhorarem.
Arte e cultura surfe
Três semanas da Mostra Internacional, e 30 mil passaram pelo MIS.
O filme "Fabio Fabuloso" venceu o Festival de Cinema, melhor filme
e trilha. Blue Horizon ganhou em fotografia e em melhores ondas.
Skate na Febem
Seguindo o projeto, hoje os atletas Denis Buiu e Laurence Reali vão se
apresentar para os internos em Pirituba e doar 50 pares de tênis.
E-mail: sarli@trip.com.br
Texto Anterior: Bahrein se dá bem após jogo anulado Próximo Texto: Futebol - José Roberto Torero: Vencer ou não vencer, eis a questão! Índice
|