São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2005

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FUTEBOL

"Replay" de jogo ganho pelo Santos e anulado pelo STJD vale ao líder Corinthians remissão de erros e quebra de tabu

Clássico na Vila acha seu lugar na história

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

E se, em vez de Jô, fosse Nilmar a chutar cara a cara no 4 a 2 da Vila Belmiro, neste Brasileiro? E se Robinho não tivesse voltado a atuar pelo Santos logo naquele clássico? E se o Corinthians tivesse sido mais orientado a marcar Giovanni, que decidiu o jogo?
Hoje, às 20h30, como numa volta no tempo, o Corinthians terá a chance de corrigir seus erros num clássico anulado, graças às confissões de Edilson Pereira de Carvalho e à decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Nesse jogo, o juiz acertara com um grupo de apostadores na internet que beneficiaria o Corinthians, mas acabou sem dar pênalti em Jô.
Se o atual líder vencer, quebra-se o maior tabu da história recente contra o Santos -11 jogos sem vitória desde a era Robinho, contando com o anulado-, e o torneio terá um superfavorito, com seis pontos de vantagem.
Cabe ao Santos, 11 pontos atrás do rival e líder, provar que o que passou não passou. Encurtaria a diferença e continuaria a sonhar com o tricampeonato nacional.
O ataque da Vila é outro. Há 74 dias, Robinho estava fora de forma, e o malsucedido Frontini, que perdeu um gol de sem-pulo no primeiro tempo, esteve apagado.
Hoje, o time conta com goleadores de mais renome: Cláudio Pitbull e Luizão -citados no site da Fifa em artigo sobre a dificuldade santista de compensar a saída do novo astro do Real Madrid.
O técnico Nelsinho Baptista, que substituiu Gallo, vencedor naquele dia, só escalará um deles, mantendo Giovanni no ataque.
"Percebi que o Santos precisava mudar porque, para mim, ele [Giovanni] pode render muito mais", afirmou o treinador.
O Corinthians também mudou. Nilmar virou esperança de gols, só se aguarda a confirmação de Tevez, que atuou ontem pela Argentina contra o Uruguai.
Mas a grande lição de 31 de julho para o Corinthians foi a de não deixar Giovanni livre. "Acho que ele deverá ter uma marcação especial", disse o meia Rosinei.
Para o jogador, que atuou naquela partida, é importante marcar a saída de bola santista.
"Não podemos deixar a jogada chegar ao Giovanni nem ao Ricardinho", declarou Rosinei, que atuou na lateral direita no coletivo de ontem, no Parque São Jorge. Mas o mais provável é que Antônio Lopes escale Coelho se não puder contar com Eduardo, que teve trauma no pé.
Para o goleiro Fábio Costa, a grande vantagem corintiana é o aprendizado com os erros.
"O Corinthians hoje é mais maduro que há três, quatro meses. Até chegar a um patamar ideal, leva tempo. Hoje eu sinto a equipe mais equilibrada na marcação", disse ele, que teve três zagueiros e dois volantes à sua frente no clássico e sofreu quatro gols, então sob o comando do técnico Márcio Bittencourt.
Para o goleiro, não há equipe muito beneficiada com a anulação dos jogos. "É uma chance de quem venceu ratificar sua superioridade, e, para quem perdeu, de mudar essa história." Ele afirma que, em nome da torcida, não vai se contentar só com o empate.
Giovanni discorda. "É o mesmo sentimento de quando você compra alguma coisa e lhe roubam. O Santos só tem a perder, porque, se vencermos, só ganharemos os pontos que nos tiraram."
O técnico Nelsinho Baptista concorda que, se o Santos não vencer o Corinthians, hoje, e o Goiás, na próxima rodada, o clássico contra o São Paulo será apenas para cumprir tabela.
"Acho que a nossa situação em termos de título, com a derrota para o Juventude, ficou mais difícil, mas não está descartada. Um resultado negativo diante de adversários diretos dificultaria bastante", afirmou o treinador.


NA TV - Sportv (para SP), ao vivo, às 20h30

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