São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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CBB aplica calote em seleções brasileiras

Confederação não paga prêmios por Sul-Americano e diárias de jogadores

Além de promover atraso no pagamento, definido como irrisório, entidade deixa sem amparo até contundidas no Mundial, como Alessandra

DA REPORTAGEM LOCAL

A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) ainda não pagou as diárias dos atletas da seleção que atuaram nos Mundiais masculino e feminino.
Também não foram quitadas as premiações pelos títulos do Sul-Americano do Paraguai (mulheres), realizado em agosto, e da Venezuela (homens), disputado há três meses.
"Não recebemos ainda. Inclusive era para receber a primeira parcela no comecinho do mês", conta Janeth, 37, principal estrela da seleção feminina.
Os atrasos já são esperados até pelas atletas menos experientes . "Isso é normal. A premiação nunca sai rápido. Todo ano isso acontece", comenta Micaela, 27, do Ourinhos.
A ala atuou no Sul-Americano e do Mundial do Brasil, quando a equipe nacional terminou na quarta colocação.
O masculino vive situação parecida. "Ainda não pagaram e não deram prazo para isso. Estamos esperando", diz Alex, que teve passagens na NBA por San Antonio e New Orleans e agora atua no Brasília.
Outros jogadores preferem não se envolver na polêmica.
"Está sendo tudo acertado como sempre foi. Mas acho que ninguém está na seleção por causa desses valores", opina Murilo, do Franca, presente no Sul-Americano e no Mundial.
Entre os jogadores ouvidos, ninguém quis comentar sobre os valores das diárias e da premiação combinada, mas todos disseram que não eram altos.
"Principalmente para as pivôs, que é a posição mais valorizada no exterior, desanima mais [os baixos valores]. Para mim, nem tanto", diz Micaela.
A pivô Alessandra, que rompeu os ligamentos do ombro esquerdo contra a Austrália, nas semifinais do Mundial, cobra o pagamento de seguro para fazer frente às despesas médicas.
"O caso da Alessandra é grave. Isso não pode acontecer", lamenta Janeth, que torceu o tornozelo durante o Mundial, mas se tratou, após a competição, por conta própria. "Como estou de férias, fiquei um pouco desleixada. Ainda sinto um pouco de dor, mas faço fisioterapia graças a um seguro que pago com o meu dinheiro."
Procurado pela Folha, o presidente da CBB, Gerasime Bozikis, não foi localizado.


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