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CBB aplica calote em seleções brasileiras
Confederação não paga prêmios por
Sul-Americano e diárias de jogadores
Além de promover atraso no
pagamento, definido como
irrisório, entidade deixa sem
amparo até contundidas no
Mundial, como Alessandra
DA REPORTAGEM LOCAL
A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) ainda não
pagou as diárias dos atletas da
seleção que atuaram nos Mundiais masculino e feminino.
Também não foram quitadas
as premiações pelos títulos do
Sul-Americano do Paraguai
(mulheres), realizado em agosto, e da Venezuela (homens),
disputado há três meses.
"Não recebemos ainda. Inclusive era para receber a primeira parcela no comecinho do
mês", conta Janeth, 37, principal estrela da seleção feminina.
Os atrasos já são esperados
até pelas atletas menos experientes . "Isso é normal. A premiação nunca sai rápido. Todo
ano isso acontece", comenta
Micaela, 27, do Ourinhos.
A ala atuou no Sul-Americano e do Mundial do Brasil,
quando a equipe nacional terminou na quarta colocação.
O masculino vive situação
parecida. "Ainda não pagaram e
não deram prazo para isso. Estamos esperando", diz Alex,
que teve passagens na NBA por
San Antonio e New Orleans e
agora atua no Brasília.
Outros jogadores preferem
não se envolver na polêmica.
"Está sendo tudo acertado
como sempre foi. Mas acho que
ninguém está na seleção por
causa desses valores", opina
Murilo, do Franca, presente no
Sul-Americano e no Mundial.
Entre os jogadores ouvidos,
ninguém quis comentar sobre
os valores das diárias e da premiação combinada, mas todos
disseram que não eram altos.
"Principalmente para as pivôs, que é a posição mais valorizada no exterior, desanima
mais [os baixos valores]. Para
mim, nem tanto", diz Micaela.
A pivô Alessandra, que rompeu os ligamentos do ombro esquerdo contra a Austrália, nas
semifinais do Mundial, cobra o
pagamento de seguro para fazer frente às despesas médicas.
"O caso da Alessandra é grave. Isso não pode acontecer",
lamenta Janeth, que torceu o
tornozelo durante o Mundial,
mas se tratou, após a competição, por conta própria. "Como
estou de férias, fiquei um pouco
desleixada. Ainda sinto um
pouco de dor, mas faço fisioterapia graças a um seguro que
pago com o meu dinheiro."
Procurado pela Folha, o presidente da CBB, Gerasime Bozikis, não foi localizado.
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