|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
YouTube dita Brasil no Mundial
A partir de vídeos de rivais, brasileiros dizem que torneio que começa hoje é mais difícil que Olimpíada
Mesmo com média de 40 oponentes para cada ginasta do país, delegação diz que evento em Londres pode elevar status do masculino
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Árbitros, ginastas, técnicos e,
por que não, o público. Todos
os envolvidos no Mundial de ginástica artística, que começa
hoje em Londres, têm pautado
parte de suas ações com base
em vídeos do YouTube.
"Hoje em dia, as imagens fazem parte do treino. E, principalmente, virou ferramenta de
espionagem", diz o técnico Renato Araújo, que integra a delegação do país na capital inglesa.
Tanto o YouTube tem feito
parte da rotina dos atletas que,
apesar de o Mundial apresentar
40 rivais para cada um dos dez
brasileiros (seis homens e quatro mulheres) na competição, é
com base nos vídeos que a seleção aponta este torneio como o
mais difícil dos últimos anos.
"Estudei todos os meus rivais
pelo YouTube. Quando não via,
alguém me alertava sobre a exibição de alguém. Deu para ver
que Londres terá disputa no solo muito mais acirrada que na
Olimpíada", diz Diego Hypólito, principal nome da equipe.
Ele dá como exemplo as notas de partidas dos principais
oponentes, que, na Olimpíada,
oscilavam de 16,30 a 16,70 e
agora, no Mundial, devem ficar
entre 16,50 e 16,80.
A seleção, que conta também
com Victor Rosa, Mosiah Rodrigues, Sérgio Sasaki, Caio
Costa e Arthur Zanetti, é unânime em dizer que é difícil
achar atleta incólume ao site de
compartilhamento de vídeos.
"A maioria das imagens vem
de torcedor. Já vimos campeonato chinês, romeno, dos EUA.
Tem de tudo lá, de treino a torneios. Isso ajudou a gente a definir a estratégia na preparação
para o Mundial", diz Renato.
Além dos técnicos e ginastas,
a arbitragem tem usado a internet para acompanhar a evolução das acrobacias do código de
pontuação. "O YouTube permite que o árbitro treine o olhar e
também tenha acesso a competições e novos movimentos que
muitas vezes não passam na
TV", diz a árbitra internacional
Catarina Duarte dos Santos.
Ao mesmo tempo em que o
YouTube prevê um Mundial
desafiador, a delegação masculina tentará exibir hoje que está
mais perto da elite do esporte.
"Temos condições de melhorar
as pontuações, ficar perto das
finais. Servirá para fazer nome,
ganhar status", diz Araújo.
A exceção é Diego Hypólito,
que tenta em Londres seu terceiro título mundial no solo.
Poupado de outros aparelhos
em razão da operação no ombro esquerdo, a qual se submeteu em junho, o atleta diz que
pode inovar. "Em 2005 e 2007,
quando fui campeão, sempre
abri a série com uma passada
original, que ninguém executa.
Agora quero algo assim, nem
que seja na final", fala Diego.
Hoje ele e os colegas tentam
ficar entre os oito mais bem
avaliados para ir às finais por
aparelho, no fim de semana.
Texto Anterior: José Roberto Torero: Aristocracia e meretrizes Próximo Texto: Dragulescu: Aos 29, rival de Diego Hypólito volta da aposentadoria Índice
|