São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006

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Com 9 em campo, Corinthians "vence"

Com dois expulsos no 1º tempo, time arranca empate fora de casa e se consolida como rei da indisciplina no Brasileiro

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram 9 contra 11 desde os 40 minutos do primeiro tempo. Àquela altura, o Corinthians acabava de perder seu segundo atleta, Marcus Vinícius, expulso. De lá até o final da partida, o time, com dois a menos, resistiu bravamente ao Figueirense, completo em campo, porém desfalcado de sete titulares.
É inevitável comparar o 0 a 0 em Florianópolis ao clássico contra o São Paulo, quando os corintianos, de modo similar, também seguraram os agora quase campeões brasileiros.
O resultado de ontem afastou o clube do Parque São Jorge de uma vaga na Libertadores, mas foi festejado como uma vitória, que poderia ser a sexta seguida, pelas circunstâncias atípicas.
A três rodadas do fim, o Corinthians subiu uma posição e é o 11º, com 48 pontos -está a seis do Vasco, o quinto e, por enquanto, último classificado para o torneio continental.
Se o sonho da Libertadores praticamente virou pó, o clube alvinegro dificilmente vai deixar o Brasileiro sem levar um "título". Desonroso para os defensores do "fair play".
O time é o campeão do jogo desleal na era dos pontos corridos do Nacional. Nas quatro edições do torneio, nenhuma equipe é tão indisciplinada como o Corinthians de 2006.
Ontem, com as duas expulsões, o clube chegou a 18 atletas excluídos no torneio. O time é o único que supera a média de 0,5 expulsão por jogo. Quem se aproxima mais desse número é o São Paulo, que na edição de 2003 recebeu 22 cartões vermelhos em 46 partidas -média de 0,48 por confronto.
Nenhuma equipe foi punida mais severamente na era dos pontos corridos que o Corinthians-06. O time tem um jogador expulso a cada 47 faltas. A média do Brasileiro é de um vermelho a cada 110 infrações.
A partida de ontem seguiu a tendência corintiana. O time é apenas o sexto que mais comete faltas -média de 24,4. Ontem, ficou abaixo disso, mas, em quatro de suas 22 infrações, perdeu dois jogadores.
O primeiro a sair foi o zagueiro Marinho, que durante os 13 minutos que ficou em campo fez uma série de lambanças. A última delas, após errar um passe na saída de bola, foi derrubar Soares para receber o segundo cartão amarelo.
Aos 40min, foi a vez de Marcus Vinícius entrar duro em Soares e levar o segundo amarelo também. Até a segunda expulsão corintiana, o jogo seguia equilibrado, com as duas equipes perdendo boas chances.
Com 9 contra 11, a partida ficou nas mãos do time catarinense. No intervalo, Leão, sem demonstrar sua habitual irritação com os juízes, conversou educadamente com o árbitro carioca Wagner Tardelli.
Depois, preparou sua equipe para tentar segurar o oponente. Pôs o zagueiro Marquinhos e os volantes Paulo Almeida e Rafael Fefo. Todos ajudaram, entretanto ninguém foi tão decisivo quanto o goleiro Marcelo, melhor homem em campo. Ele fez dez defesas durante a partida, muitas delas difíceis, além de mais sete intervenções.
Uma idéia da pressão dos catarinenses: fizeram 33 finalizações durante a partida -têm média de 16 chutes. Sem furar o bloqueio do adversário, o Figueirense deixou o campo vaiado. Não poderia ser diferente.


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