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Com 9 em campo, Corinthians "vence"
Com dois expulsos no 1º tempo, time arranca empate fora de casa e se consolida como rei da indisciplina no Brasileiro
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram 9 contra 11 desde os
40 minutos do primeiro tempo.
Àquela altura, o Corinthians
acabava de perder seu segundo
atleta, Marcus Vinícius, expulso. De lá até o final da partida, o
time, com dois a menos, resistiu bravamente ao Figueirense,
completo em campo, porém
desfalcado de sete titulares.
É inevitável comparar o 0 a 0
em Florianópolis ao clássico
contra o São Paulo, quando os
corintianos, de modo similar,
também seguraram os agora
quase campeões brasileiros.
O resultado de ontem afastou
o clube do Parque São Jorge de
uma vaga na Libertadores, mas
foi festejado como uma vitória,
que poderia ser a sexta seguida,
pelas circunstâncias atípicas.
A três rodadas do fim, o Corinthians subiu uma posição e é
o 11º, com 48 pontos -está a
seis do Vasco, o quinto e, por
enquanto, último classificado
para o torneio continental.
Se o sonho da Libertadores
praticamente virou pó, o clube
alvinegro dificilmente vai deixar o Brasileiro sem levar um
"título". Desonroso para os defensores do "fair play".
O time é o campeão do jogo
desleal na era dos pontos corridos do Nacional. Nas quatro
edições do torneio, nenhuma
equipe é tão indisciplinada como o Corinthians de 2006.
Ontem, com as duas expulsões, o clube chegou a 18 atletas
excluídos no torneio. O time é o
único que supera a média de 0,5
expulsão por jogo. Quem se
aproxima mais desse número é
o São Paulo, que na edição de
2003 recebeu 22 cartões vermelhos em 46 partidas -média
de 0,48 por confronto.
Nenhuma equipe foi punida
mais severamente na era dos
pontos corridos que o Corinthians-06. O time tem um jogador expulso a cada 47 faltas. A
média do Brasileiro é de um
vermelho a cada 110 infrações.
A partida de ontem seguiu a
tendência corintiana. O time é
apenas o sexto que mais comete faltas -média de 24,4. Ontem, ficou abaixo disso, mas,
em quatro de suas 22 infrações,
perdeu dois jogadores.
O primeiro a sair foi o zagueiro Marinho, que durante os 13
minutos que ficou em campo
fez uma série de lambanças. A
última delas, após errar um
passe na saída de bola, foi derrubar Soares para receber o segundo cartão amarelo.
Aos 40min, foi a vez de Marcus Vinícius entrar duro em
Soares e levar o segundo amarelo também. Até a segunda expulsão corintiana, o jogo seguia
equilibrado, com as duas equipes perdendo boas chances.
Com 9 contra 11, a partida ficou nas mãos do time catarinense. No intervalo, Leão, sem
demonstrar sua habitual irritação com os juízes, conversou
educadamente com o árbitro
carioca Wagner Tardelli.
Depois, preparou sua equipe
para tentar segurar o oponente.
Pôs o zagueiro Marquinhos e os
volantes Paulo Almeida e Rafael Fefo. Todos ajudaram, entretanto ninguém foi tão decisivo quanto o goleiro Marcelo,
melhor homem em campo. Ele
fez dez defesas durante a partida, muitas delas difíceis, além
de mais sete intervenções.
Uma idéia da pressão dos catarinenses: fizeram 33 finalizações durante a partida -têm
média de 16 chutes. Sem furar o
bloqueio do adversário, o Figueirense deixou o campo vaiado. Não poderia ser diferente.
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