MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A crise econômica do Botafogo registrou ontem sua primeira baixa. Sem receber há pelo menos três meses, Carlos Alberto entrou na Justiça e abandonou o clube. O meia não deu entrevistas. Suas alegações foram divulgadas por nota.
"Tive paciência ao longo da temporada, procurei entender as dificuldades financeiras pelas quais o clube estava passando, tentei buscar um acordo, conversei com o presidente Bebeto de Freitas, mas não consegui uma solução", disse na nota.
Segundo ele, o Botafogo lhe deve três meses de salários e três parcelas de direito de imagem. Além disso, o clube jamais depositou o FGTS ou pagou o INSS. O Botafogo, em nota, comentou o ato do meia e disse que "entende que o atleta está em busca dos seus direitos".
O caso do meia é só a ponta do iceberg da panela de pressão que se formou nos últimos meses no clube. Carlos Alberto não é o único com salários atrasados. Outros 296 funcionários convivem com o problema. Ontem, parte dos salários de agosto e setembro foi quitada.
Apesar disso, há o temor de que outros jogadores sigam o exemplo de Carlos Alberto e abandonem o clube. O lateral Triguinho não apareceu para treinar ontem. À noite, comunicou que se ausentara para resolver problemas particulares.
Por outro lado, o Botafogo obteve importante vitória judicial para amenizar a crise. Ontem, o clube obteve liminar contra a decisão na Justiça que impunha o pagamento de uma multa de R$ 2.000 por empregado do clube para cada dia sem quitação dos atrasados. Bebeto de Freitas, presidente do clube, corria até o o risco de ser preso caso não acatasse à decisão.
O pagamento da multa diária daria um prejuízo de R$ 594 mil aos cofres botafoguenses.
Os dirigentes do clube alegam que, devido à crise financeira, não conseguem crédito nos bancos, mesmo apresentando a garantia de recebimento de cotas de TV de 2009.


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