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confusão
Sport só anula jogo se reunir provas
Rebaixados, pernambucanos pedem ao STJD impugnação da partida com Palmeiras, mas têm de comprovar erro de juiz
Na súmula, árbitro ignora gol polêmico, sem explicar se apitou antes do lance, e ainda troca o nome do autor do empate palmeirense
Fernando Santos/Folha Imagem
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O meia Diego Souza descansa durante treino do Palmeiras, que só volta a entrar em campo no Brasileiro na próxima quarta, quando enfrenta o Grêmio, no Olímpico
MARTÍN FERNANDEZ
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
LEONARDO LOURENÇO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com um gol marcado após
decisão polêmica do árbitro, o
jogo entre Palmeiras e Sport só
será anulado se uma série de fatores tiverem ocorrido e forem
provados, o que é considerado
complicado por especialistas
em direito esportivo.
O empate por 2 a 2 rebaixou o
clube pernambucano e ameaça
a liderança dos paulistas no
Brasileiro. O segundo gol palmeirense foi marcado após o
juiz Elmo Cunha Resende ter
apitado, o que paralisou a ação
do time visitante na jogada.
A diretoria do Sport informou que tentará modificar o
resultado na Justiça Desportiva. A princípio, pediu a anulação do gol, o que é considerado
inviável por especialistas ao
analisarem o Código Brasileiro
de Justiça Desportiva.
"Qualquer afirmação sobre
anulação da partida agora é
uma especulação e uma irresponsabilidade", disse o procurador-geral do STJD, Paulo
Schmitt, que receberá o pedido
do Sport. Ele disse que provar o
erro de direito é complicado.
"Erros de direito têm que ter
a violação intencional da norma ou o desconhecimento dela.
Às vezes até um erro grosseiro
não significa que tenha sido um
erro de direito. Não vou falar
sobre o caso específico."
Há alguns passos para a impugnação do jogo. Primeiro, o
Sport precisa fazer recurso pela
anulação de toda a partida, e
não de um lance, como agora.
Ontem, o vice-jurídico do
Sport, Eduardo Carvalho, disse
querer fazer prevalecer o resultado da partida antes do erro
-2 a 1 para o seu clube.
"Isso é praticamente impossível", disse o procurador do
STJD Caio Medauar.
O segundo passo seria o clube
provar que o juiz apitou antes
da conclusão de Danilo. O
Sport pode usar depoimentos e
som e imagem da TV. Mas terá
de provar que o apito foi do árbitro, e não de outro lugar.
Na súmula do jogo ontem, Elmo Cunha ignorou o lance. O
árbitro goiano deu o gol para
Diego Souza, quando foi anotado por Danilo. E indicou que o
tento ocorreu aos 42 min do segundo tempo -foi aos 39.
O Sport terá de provar ainda
que houve intenção do árbitro
de paralisar a partida e fazer
uma marcação, como a de impedimento, por exemplo.
"Pode estar com o apito na
boca e escapar [um apito]. Se o
Sport provar que ele sinalizou
uma marcação, pode recorrer",
completou o advogado de direito esportivo Marcílio Krieguer.
Finalmente, o clube teria de
provar no tribunal esportivo
que, desta forma, houve violação da regra, erro de direito e
interferência no resultado.
"Provavelmente, não haverá
nenhum tipo de alteração",
Luiz Felipe Santoro, presidente do (IBDD) Instituto Brasileiro de Direito Desportivo. "Mesmo que o erro de direito seja
provado, isso não significa que
o confronto será anulado."
Até agora, a medida prática
foi o afastamento do árbitro pela CBF até o fim do Brasileiro.
Nesta semana, Carlos Eugênio
Simon já havia sido punido por
anular gol do Palmeiras.
A anulação poderia beneficiar o Palmeiras, que tropeçou
em casa. Mas o clube não vai interferir na questão.
"Seria bom porque começaríamos de novo", afirmou o
presidente palmeirense, Luiz
Gonzaga Belluzzo. Seu vice de
futebol, Gilberto Cipullo, porém, ressaltou que o time poderia perder o ponto ganho.
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