São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2001

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Corinthians já tem acerto verbal com o substituto, Oswaldo de Oliveira

Era outra vez Luxemburgo

Patrícia Santos - 26.out.01/Folha Imagem
O treinador Wanderley Luxemburgo, que foi demitido ontem pela diretoria do Corinthians


EDUARDO ARRUDA
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

A segunda gestão de Wanderley Luxemburgo, 49, no Corinthians chegou ontem ao final.
Dez meses, seis torneios e apenas uma conquista depois, o técnico e manager perdeu a confiança da diretoria corintiana, conforme a Folha antecipou ontem.
A mesma diretoria que lhe havia dado nova chance após a série de acusações, o fiasco na Olimpíada e a demissão da seleção, em 2000. E que por isso mesmo não previu indenização em seu contrato.
Situação bem diferente daquela de 1998, quando o técnico, então festejado, deixou o Parque São Jorge para dirigir o time nacional.
Agora, o Corinthians espera assinar contrato com Oswaldo de Oliveira, 51, campeão mundial pelo clube em 2000. A Folha apurou que já há acerto verbal entre o Corinthians e o treinador do Fluminense. Mas a apresentação oficial aconteceria apenas em 2 de janeiro do próximo ano.
A diretoria só não confirmou oficialmente a volta de Oliveira a seu pedido, pois não quer que seu nome fique associado à demissão do ex-chefe e mentor.
Além de Luxemburgo, foram demitidos do clube o gerente Luiz Henrique de Menezes e parte da comissão técnica.
O vice Roque Citadini pediu a Menezes, amigo de Luxemburgo, que avisasse o treinador sobre a reformulação no clube.
À tarde, as demissões foram formalizadas. "Fizemos uma avaliação e decidimos trocar a comissão técnica", disse Citadini.
Em sua segunda passagem pelo Corinthians, Luxemburgo ganhou o Paulista. Depois, na avaliação dos dirigentes, se "perdeu".
Desde a derrota na final da Copa do Brasil, em junho deste ano, os dirigentes corintianos vinham se queixando da maneira com a qual Luxemburgo conduzia a equipe.
As atitudes do técnico, consideradas autoritárias e pouco hábeis, intensificaram o atrito entre ele e a cúpula do clube paulista.
Na semana que antecedeu a decisão da Copa do Brasil, o treinador teria ficado abalado com a escolha de seu desafeto Luiz Felipe Scolari para dirigir a seleção. O comportamento de Luxemburgo, segundo os cartolas, foi determinante na derrota para o Grêmio.
A saída de Marcelinho, outro desafeto do técnico, também pesou na demissão. Na avaliação da direção corintiana, faltou jogo de cintura ao treinador para contornar o problema que determinou a perda do jogador para o Santos.
Os corintianos também se sentiram traídos por Luxemburgo após ele bancar uma reformulação ampla no grupo de jogadores -com apoio irrestrito da diretoria- e, mesmo assim, ter se oferecido para dirigir o Cruzeiro.
A gota d'água para a queda do técnico, porém, foi sua inclusão no relatório final da CPI do Futebol. Em seu texto, o senador Geraldo Althoff (PFL-SC) sugeriu ao Ministério Público o indiciamento de Luxemburgo pela prática de crimes tributários.
A Folha não conseguiu localizar Luxemburgo e Oliveira ontem.


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