São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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Time de Parreira, com média de altura de 1,83 m, admite mudar estilo e decidir na bola aérea

Corinthians já se vê nas alturas

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A EXTREMA

O Corinthians admite usar na final de domingo contra o Santos uma arma nova: o jogo aéreo. Isso pode consagrar o mais alto time corintiano campeão brasileiro.
A média de altura da equipe titular do técnico Carlos Alberto Parreira é de 1,83 m. Mesmo com vários jogadores de boa estatura, como os zagueiros Fábio Luciano (1,90 m) e Scheidt (1,85 m) e o volante Fabinho (1,86 m), o Corinthians tem adotado com muita insistência o toque de bola pelo chão como caminho para o gol.
Porém a necessidade de vencer o Santos por dois gols de diferença, no mínimo, fez o time atentar para uma outra possibilidade. Ontem, os atletas treinaram bastante jogadas de bola parada com cruzamentos para a área.
O chamado "chuveirinho" é um recurso bastante utilizado pelas equipes que estão no desespero nos minutos finais das partidas.
"Temos que ter opções. Nessa hora, precisamos de alternativas", disse Parreira, que salientou que o time do Santos "não é pequeno".
Os times do Corinthians que foram campeões brasileiros eram marcados por jogadores baixinhos. Em 1990, a equipe contava, por exemplo, com Tupãzinho e Fabinho no ataque e Giba e Guinei na defesa. No bicampeonato de 1998/99, as estrelas eram Edílson e Marcelinho -o zagueiro paraguaio Gamarra, que atuou em 98, é baixo para a posição.
"Nosso time tem jogadores altos e pode tirar proveito disso. Temos uma vantagem em relação ao Santos nisso, embora eles tenham dois zagueiros bem grandes", disse o meia Renato, especialista em cobranças de falta, referindo-se às "torres gêmeas" santistas: André Luis (1,92 m) e Alex (1,88 m).
O zagueiro Scheidt, que tem dois centímetros a mais que Anderson, ficou com a posição de titular na reta final do Brasileiro. Acostumado com o estilo gaúcho de jogo, com muita bola alçada à área, ele acha que o time deveria explorar mais essa arma.
"Temos treinado mais agora isso. Mas deveríamos ter feito mais treinamentos com jogada aérea no campeonato. Cada time tem uma característica. O Parreira gosta de toque de bola, não é como o Felipão", disse o zagueiro.
Luiz Felipe Scolari já declarou algumas vezes que prefere jogadores bem altos em suas equipes.
Em 1999, em um jogo entre o Corinthians e o Palmeiras de Scolari, o time do Parque São Jorge tinha média de altura de 1,70 m. Já a equipe do Parque Antarctica, com Júnior Baiano e Cléber, tinha uma média de altura de 1,87 m.
O Santos tem jogadores de baixa estatura, tirando os zagueiros. Robinho (1,72 m), Diego (1,73 m), Maurinho (1,75 m), Paulo Almeida (1,76 m) e Renato (1,77 m) são alguns dos "pequenos" da Vila -o lateral Léo tem apenas 1,67 m.
Só dois atletas do provável time titular do Corinthians no domingo têm menos de 1,80 m: Rogério (1,79 m) e Gil (1,75 m), que fez de cabeça o primeiro gol na vitória sobre o Fluminense (3 a 2).
Parreira entende que o título estará em aberto mesmo se o empate continuar até os 20 minutos do segundo tempo. A partir daí, ele adotaria tática mais ousada.
Ontem, no final do coletivo, o treinador experimentou também as entradas no time do zagueiro Anderson (quase tão alto quanto Scheidt) e do meia-atacante Marcinho (um baixinho). Os titulares fizeram 3 a 1 nos reservas.
De qualquer forma, o Corinthians que jogará domingo será maior que o Santos e também que todos os times do Corinthians que foram campeões brasileiros.


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