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FUTEBOL
Com as empresas que comandou, Grisendi foi campeão em três equipes
"Mecenas" santista busca seu quinto título brasileiro
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
O homem que mais ganhou títulos nacionais envolvido na final
Corinthians x Santos não entrará
em campo no domingo.
É santista, mas não estará no
banco ao lado de Emerson Leão
na torcida pelo fim do jejum de 18
anos sem títulos importantes do
time do litoral. Nem sequer faz
parte da diretoria do time da Vila.
Seu nome é Gianni Grisendi.
Com 50 anos, o italiano que preside a Bombril, a patrocinadora de
camisa do Santos, pode ganhar no
domingo seu quinto Brasileiro.
Atuando nos bastidores, Grisendi é apontado pelo presidente
santista, Marcelo Teixeira, como
um dos principais responsáveis
pela campanha do time no Brasileiro. "Sem o patrocínio da Bombril, não haveria a tranquilidade
que temos hoje aqui na Vila."
Torcedor da falida Fiorentina
na Itália, o executivo viveu um
ano de extremos. Viu seu time de
coração no Brasil, o Palmeiras,
cair para a segunda divisão. E comemora o fato de sua "equipe de
profissão", o Santos, estar prestes
a conquistar um título histórico.
"Me considero um pé-quente.
Acho que há muito de trabalho,
de profissionalismo nas conquistas, mas não posso negar que tenho bastante sorte", afirma Grisendi, que ganhou seu primeiro
título nacional em 1993, ano em
que a parceria entre Palmeiras e
Parmalat tomou corpo.
Fanático por futebol, o então
presidente da Parmalat da América do Sul decidiu centralizar os investimentos da multinacional em
marketing no futebol.
O primeiro passo foi assinar
uma co-gestão com a maior equipe da comunidade italiana.
Na mais duradoura e bem-sucedida parceria de um clube com
uma empresa no país, Grisendi,
entre outros títulos, ganhou dois
Brasileiros (1993 e 1994).
Também se aliou ao Juventude.
Com a Parmalat, o time gaúcho
ganhou a Copa do Brasil em 1999.
O ex-professor de educação física também foi o responsável pelo
patrocínio da Batavo, que pertence à Parmalat, ao Corinthians. No
único ano de parceria, em 1999, o
time do Parque São Jorge conquistou o Brasileiro.
Foi durante sua gestão que a
Parmalat decidiu comprar um time: escolheram o Paulista, de
Jundiaí, que acabou, em 2001, ganhando a Série C do Brasileiro.
Mas neste último título a participação de Grisendi foi quase nula. Alegando discordância em relação aos rumos da multinacional
na América do Sul, exigidas pela
matriz, o executivo resolveu pedir
demissão, em fevereiro de 2000.
Sua saída precipitou o fim da
era Parmalat no Palmeiras e foi
um dos motivos do divórcio do
clube com Luiz Felipe Scolari.
Amigo do executivo italiano,
Scolari deixou o Parque Antarctica depois de inúmeros entreveros
com o presidente Mustafá Contursi. A saída de Grisendi da Parmalat fez Scolari ameaçar deixar o
clube às vésperas da decisão do
Rio-SP. Quatro meses mais tarde,
o treinador anunciava que seu ciclo no Palmeiras havia acabado.
O sonho de voltar a trabalhar
com Scolari nunca foi abandonada por Grisendi. Em 2001, quando
era presidente da TIM do Brasil
viu o Atlético-PR, a quem patrocinava, ganhar o Nacional pela primeira vez. Na época, a volta da
parceria com o gaúcho era impossível -Scolari já era da seleção.
De longe, e já no comando da
Bombril, viu seu amigo mais próximo no esporte ganhar o mundo.
Logo depois da Copa, em julho,
telefonou ao treinador gaúcho para dar os parabéns. Aproveitou e o
convidou para comandar o Santos, time com o qual acabara de
assinar parceria.
Hoje, Grisendi não nega que tenha querido levar o pentacampeão para o Santos. Mas, sempre
que questionado sobre o assunto,
faz questão de ressaltar o trabalho
do técnico Emerson Leão.
"Seu trabalho está rendendo
frutos e nos agrada muito. No que
depender de mim e da Bombril,
ele fica em 2003."
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