São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2008

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Ronaldo exigiu saída sem multa em 6 meses

Clube se recusa a atendê-lo e negocia inclusão de pagamento por rescisão

Corinthians afirma que está coberto se atleta for embora antes do fim do contrato porque deixará parceiros que eventualmente trouxer


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Sob chuva de fitas, Ronaldo é apresentado à torcida

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Na primeira conversa que teve com o Corinthians sobre o contrato de Ronaldo, o procurador do atacante, Fabiano Farah, pediu uma cláusula que permitisse a sua saída do Parque São Jorge na metade de 2009 sem multa. O clube, porém, recusou-se a atendê-lo.
Pela versão da diretoria, o agente ouviu que, se fosse para o jogador se recuperar e deixar o time quando estivesse em forma, sem pagar nada, não interessava aos corintianos. Mesmo se viesse de graça.
Atleta e procurador, então, aceitaram que o clube incluísse uma multa. O contrato ainda estava sendo finalizado ontem.
Anteontem, ao "Globo Esporte", Ronaldo afirmou que não pretende usar o Corinthians como "trampolim" para uma nova transferência para um clube da Europa.
A Folha telefonou para Farah anteontem e ontem, mas ele não atendeu às ligações.
Luís Paulo Rosenberg, vice de marketing, recusou-se a falar em cifras, mas disse não haver necessidade de um valor muito alto para a multa.
"Nós estamos cobertos. Se ele sair, o patrocinador que chegar ao clube por causa do Ronaldo vai continuar. Vamos fazer contratos por um ano."
Como o atacante se recupera de cirurgia no joelho e não sabe quando estará em forma, os corintianos temiam que ele fizesse poucas partidas e em seguida aceitasse uma proposta milionária do exterior, sem que o Corinthians recebesse uma indenização. Tal situação jogaria a torcida contra a diretoria.
O acordo com Ronaldo também será válido por 12 meses.
A parte mais complicada do documento foi a que se refere ao pagamento de impostos. Em 2009, pela primeira vez desde que saiu do país, Ronaldo pagará tributos no Brasil.
Farah exigiu que o clube pague os impostos do atacante, que receberá cerca de R$ 400 mil mensais, além de 80% do valor dos patrocínios nas mangas, no calção e nas meias. A justificativa para que o Corinthians fique responsável pelos impostos é que na Europa os contratos são assim.
A primeira versão do acordo de imagem foi feita pelos representantes do jogador e enviada anteontem para avaliação dos advogados do clube. Ela não previa que Ronaldo se apresentasse em programas de TV com um dos uniformes do Corinthians. Mas, como essa regra vale para os outros atletas do time e os patrocinadores são fundamentais para que ele jogue no Parque São Jorge, essa cláusula deve ser incluída no contrato.
Também não há previsão de passagens aéreas para Ronaldo viajar para o Rio, onde vive a sua família. Apesar de Ronaldo ser proprietário de vários flats em São Paulo, o previsto é que o Corinthians alugue um imóvel para seu novo astro. Há também previsão de pagamento de prêmios por conquistas de títulos e artilharia.

Colaborou RODRIGO MATTOS, da Reportagem Local



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