São Paulo, segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

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Atleta diz ter sido vítima de armadilha de médico brasileiro

Ex-nadadora contesta De Rose por ele ter solicitado análise da amostra no Canadá

DO ENVIADO A BRASÍLIA

Ao se encontrar com a reportagem da Folha na porta da academia onde disputou o Campeonato Brasiliense, no sábado, Rebeca Gusmão foi ao carro buscar um envelope com artigos, textos e documentos que comprovariam sua inocência.
"Vocês [Folha] podem me dar um presente de final de ano. Façam uma matéria boa comigo", pediu Rebeca.
Ela considera ter sido vítima de uma armadilha realizada pelo médico gaúcho Eduardo De Rose, coordenador do antidoping no Pan e membro da Wada (Agência Mundial Antidoping).
Foi ele quem solicitou que os exames de Rebeca fossem a um laboratório no Canadá para avaliar os níveis de testosterona -hormônio masculino que tem efeito anabolizante no organismo.
"Só porque foi fundador da Wada ou sei lá de que, ele acha que é o melhor do mundo", acusa a brasiliense.
Rebeca criou um site (rebecagusmao.com.br) em que constam dois links com relatos em primeira pessoa das acusações de doping.
Entre despesas com advogados e passagens para a Suíça, Rebeca estima que já despendeu mais de R$ 60 mil. E o gasto deve ser maior.
"Em 2011, vou recorrer à Justiça comum da Suíça", avisa a ex-nadadora.
"Se eu ganhar o caso, posso até voltar a nadar, mas o mais importante para mim é provar que não sou culpada", completou Rebeca.
A brasiliense contesta, entre muitas coisas, o fato de seus exames terem sido enviados a um laboratório no Canadá em vez de terem sido analisados no Rio, sede do Pan-2007, competição na qual Rebeca foi flagrada.
A cidade conta com o único laboratório brasileiro, Ladetec, credenciado pela Wada para fazer análise de amostras antidoping.
O laboratório carioca também é acusado de ser negligente com as amostras de urina da ex-nadadora, o que acarretou em um processo por DNAs diferentes.
Em um dos trechos exibidos em sua página na internet, Rebeca declara que levou "um tiro inesperado por trás" quando foi chamada à sede do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), no Rio, para dar entrevistas após ter "violado o código de doping".
Para a reportagem a ex-nadadora brasiliense recusou- -se a dizer de onde partiu tal "tiro" e tomou cuidado para não citar nomes.
"Sou a pessoa mais frustrada e injustiçada do planeta", classifica-se Rebeca.
A reportagem tentou entrar em contato ontem com o médico Eduardo De Rose, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
(DB)


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