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Sem vocação multiuso, Engenhão sofre críticas
DA REPORTAGEM LOCAL
Definido por seus idealizadores como o mais moderno espaço do gênero na América Latina, o Estádio Olímpico João
Havelange alcança o primeiro
posto de reclamações quando o
assunto é o legado do Pan.
Conhecido como Engenhão,
o palco de disputas de atletismo
e futebol nasce, para especialistas, sem vocação para se auto-sustentar após os Jogos.
O arquiteto Eduardo de Castro Mello argumenta que o estádio não foi concebido para
abrigar diversos espetáculos.
Com capacidade para 45 mil
pessoas e orçado em R$ 350
milhões, está pronto só para
torneios de atletismo e futebol.
"É preciso que o local esteja
sempre em atividade para se
manter rentável. Arena é para
espetáculos, sejam eles quais
forem", diz Castro Mello.
O também arquiteto e urbanista Hector Vigliecca não conhece o projeto do Engenhão,
mas explica que arenas européias são concebidas como palcos multiuso "já que este modelo parece ser o de melhor sustentabilidade financeira."
Lamartine Pereira da Costa
endossa o pensamento e dá um
exemplo prático. Membro do
conselho de pesquisas do COI,
ele acredita o Engenhão deveria ser "uma edição menor do
modelo de Wembley".
O estádio inglês, erguido em
1908, demolido e agora em fase
de reconstrução, abraçou demandas da região de seu entorno. No projeto, abriga shoppings e centro de exposições.
"As cercanias do Engenhão
não possuem ofertas de comércio e lazer. Porém este conceito
não foi levado em conta."
A Prefeitura diz que o estádio
vai receber diversos tipos de
eventos e será explorado pela
iniciativa privada.
(GR)
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