São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Sem vocação multiuso, Engenhão sofre críticas

DA REPORTAGEM LOCAL

Definido por seus idealizadores como o mais moderno espaço do gênero na América Latina, o Estádio Olímpico João Havelange alcança o primeiro posto de reclamações quando o assunto é o legado do Pan.
Conhecido como Engenhão, o palco de disputas de atletismo e futebol nasce, para especialistas, sem vocação para se auto-sustentar após os Jogos.
O arquiteto Eduardo de Castro Mello argumenta que o estádio não foi concebido para abrigar diversos espetáculos. Com capacidade para 45 mil pessoas e orçado em R$ 350 milhões, está pronto só para torneios de atletismo e futebol.
"É preciso que o local esteja sempre em atividade para se manter rentável. Arena é para espetáculos, sejam eles quais forem", diz Castro Mello.
O também arquiteto e urbanista Hector Vigliecca não conhece o projeto do Engenhão, mas explica que arenas européias são concebidas como palcos multiuso "já que este modelo parece ser o de melhor sustentabilidade financeira."
Lamartine Pereira da Costa endossa o pensamento e dá um exemplo prático. Membro do conselho de pesquisas do COI, ele acredita o Engenhão deveria ser "uma edição menor do modelo de Wembley".
O estádio inglês, erguido em 1908, demolido e agora em fase de reconstrução, abraçou demandas da região de seu entorno. No projeto, abriga shoppings e centro de exposições.
"As cercanias do Engenhão não possuem ofertas de comércio e lazer. Porém este conceito não foi levado em conta."
A Prefeitura diz que o estádio vai receber diversos tipos de eventos e será explorado pela iniciativa privada. (GR)


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