Time não adianta inovações do modelo 2007 e veta fotógrafos no lançamento

"Só posso dizer que será uma Ferrari", diz diretor técnico, que promete novidades tecnológicas e aerodinâmicas no modelo

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MARANELLO

Última das novidades da Ferrari para 2007, a equipe apresenta hoje em Maranello, cercada de mistério e algumas incertezas, o carro com o qual tentará voltar a vencer um Mundial, depois de dois anos de domínio da rival Renault.
O suspense começa com o nome do modelo, que só será divulgado no evento desta tarde, na sede da escuderia.
"Só posso dizer que vai ser uma Ferrari", brincou Mario Almondo, diretor técnico.
Durante a semana, no encontro que realizou com a imprensa na estação de esqui de Madonna di Campiglio, a escuderia também não quis revelar detalhes do novo carro, o primeiro da era pós-Michael Schumacher. Todas as informações dadas foram vagas.
"Será um carro inovador. Teremos algumas novidades tecnológicas, aerodinâmicas, de suspensão e também de câmbio. Tivemos um bom começo", explicou Almondo, para depois dar mais algumas dicas.
"O que fizemos foi interpretar de uma maneira extrema o regulamento. Não há grandes novas tecnologias se compararmos com o carro do ano passado, mas há mudanças. É mais uma evolução", finalizou.
Mas o mais surpreendente é que o lançamento de hoje será realizado apenas para jornalistas. Fotógrafos e cinegrafistas não poderão participar.
No convite enviado pela equipe no início da semana, a assessoria explica que imagens e fotos serão distribuídas apenas pela própria Ferrari.
A mesma regra se aplica para o primeiro teste do novo carro, amanhã, em Fiorano, privilégio concedido a Felipe Massa.
As primeiras voltas de Kimi Raikkonen pelo time serão dadas apenas no dia 21, em Mugello, mas o piloto finlandês deverá usar o modelo 248 F1, da temporada passada.
Luca di Montezemolo, presidente ferrarista, assistirá in loco ao "shakedown" do carro.
Outra incerteza é quanto às cores da Ferrari que será apresentada hoje. Segundo o time, elas ainda poderão ser um pouco modificadas antes da abertura do Mundial, no dia 18 de março, na Austrália, já que isso precisa ser discutido e definido com seus patrocinadores.
Mas já se sabe quais serão algumas novidades do novo carro -as mais superficiais. A partir desta temporada, as carenagens da Ferrari deixam de exibir a marca da Vodafone (empresa britânica de telecomunicações) e passam a mostrar a da "concorrente" italiana Alice.
Outro novo patrocinador, cujo nome já aparece nos bonés dos pilotos, é o do grupo Mubadala, um fundo de investimento do governo dos Emirados Árabes -a empresa detém, desde 2005, 5% da Ferrari. Com sede em Abu Dhabi, o grupo está construindo o primeiro parque temático da escuderia.
O time também já apresentou inovação fashion. Os uniformes vermelhos agora têm também uma listra com as cores da bandeira italiana, do lado esquerdo do peito, que passa atrás do tradicional escudo ferrarista, atendendo a pedido de Montezemolo.
Na prova no gelo realizada anteontem, em evento para a imprensa, Luca Badoer, piloto de testes do time, apareceu com um macacão com a novidade. Não se sabe, porém, se os que serão usados nos GPs, e até o carro, terão algo parecido.
Mas este e -quase- todos os outros mistérios que envolvem a nova Ferrari têm prazo de validade: a tarde de hoje.


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