São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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TOSTÃO

Os baixinhos estão em alta


No fim de semana, vi três grandes jogos e excelentes atletas, com a presença de 4 dos 5 melhores da temporada

NO FINAL DE SEMANA , assisti à maior parte de três excelentes partidas: Barcelona x Osasuna, Roma x Milan e Manchester United x Chelsea.
Estavam presentes quatro dos cinco melhores da temporada. Cristiano Ronaldo foi, merecidamente, eleito o craque do ano. Pelo que jogou nos últimos meses, Messi é hoje o melhor.
Foi muito bom ver dois baixinhos entre os cinco selecionados. Messi mede 1,69 m, e Xavi, 1,70 m. Os baixinhos estão novamente em alta. Em outras épocas, essa era a média de altura dos grandes craques. Pelé tem 1,72 m.
O Barcelona tem jogado tão bem como no período em que Ronaldinho foi eleito duas vezes o melhor do ano e o time conquistou o bicampeonato espanhol e a Copa dos Campeões da Europa. Messi é hoje o Ronaldinho de ontem.
O time catalão ficou mais forte pela direita. Daniel Alves é uma mistura de ala com lateral. Avança muito bem como ala, pela ponta e pela meia direita e faz parte da linha de quatro defensores. Isso é possível porque o lateral-esquerdo fica mais recuado.
O Barcelona manteve o esquema tático e o estilo da época do técnico Rijkaard, com três no meio-campo, três na frente e muita troca de passes para manter a posse de bola. É o mesmo estilo da seleção da Espanha, campeã da Eurocopa.
O Manchester possui um estilo parecido, embora tenha mais pressa e velocidade para chegar ao gol. São equipes que lembram os grandes times brasileiros do passado. O futebol fica mais bonito, sem perder a eficiência. Mas isso só pode ser feito por times que possuem ótimos jogadores.
No clássico italiano, o Milan atuou com seis jogadores talentosos do meio para a frente. Beckham, Pirlo e Seedorf formavam o meio-campo, com Kaká, Ronaldinho e Pato mais adiantados. Beckham é um grande exemplo de jogador extremamente técnico, mas com pouquíssima habilidade. Nunca o vi dar um drible. Por isso e por outros motivos, não é um craque. Mas é excelente.
Ronaldinho tem atuado bem. Mas ainda não recuperou a velocidade, a mobilidade e a agressividade que tinha nas jogadas em direção ao gol. Passou apenas a ser um excepcional passador de bola. Ronaldinho gostou tanto do cantinho pela esquerda que não sai de lá. Não acho que sua dificuldade principal seja física. É mais por mudança de estilo.
Os grandes craques, que atingiram o topo e ganharam muita fama e fortuna, não conseguem, por fatores conscientes e inconscientes, manter o esplendor técnico por muito tempo.
No clássico inglês, o Manchester ganhou por 3 a 0. A diferença dos dois times não está na qualidade individual nem no esquema tático, e sim na leveza da equipe do Manchester. O Chelsea é um time com muitos jogadores pesados. Felipão deve ainda sonhar com Robinho.
Essas três partidas mostram que ainda existe futebol de grande qualidade, muita técnica, criatividade, habilidade e também bonito. Porém na Europa, como aqui, há muitos jogadores ruins. Muitos atletas que atuam no Brasil são melhores do que muitos badalados de lá.
O futebol que se joga na Europa não é tão bom nem o que se joga aqui é tão ruim.


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