São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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FUTEBOL

Quem tem boca...


Libertadores começa com clubes brasileiros muito bem falados, mas nenhum deles é favorito, e o cenário é duro


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

SEM querer colocar água no chope de ninguém mas já colocando, a Libertadores não está tão acessível como tanta gente fala.
Tem muita equipe frágil, muito time gringo alvo de piada, porém a ""armada brasileira" não deve confiar nas previsões bastante otimistas que pipocam aqui e ali. Pinta uma impressão (que o mercado e a mídia estão adorando) de que dificilmente o troféu não ficará no Brasil. Fla-Flu, San-São e Cruzeiro seriam ""grandes demais" para os vizinhos empobrecidos e desqualificados. Exagero.
Para início de conversa, nenhum dos cinco representantes do país é favorito. Esse, todos sabem, é o Boca Juniors, atual campeão, senhor de de 4 das últimas 8 Libertadores. Essa dura disputa se ganha com time, não elenco (não há suspensão por cartão amarelo, a organização não suspende ninguém por 120, 540 ou 2.765 dias...). E o time do Boca está mais forte até do que o do ano passado. Caranta; Ibarra, Maidana, Paletta e Morel Rodríguez; Ledesma, Battaglia e Neri Cardozo; Riquelme; Palacio e Palermo. Eis o time a bater.
Com a ""canja" de usar goleiro pouco confiável (e o ""luxo" de ter Cáceres, Dátolo e Castromán), o Boca é muito superior aos conterrâneos. Pode ser campeão (bi e hepta) pegando brasileiro só na final, como foi em 2007. Os parelhos times do Brasil, mesmo com sucesso, podem se matar até a decisão. E nenhum têm o espírito copeiro do último Grêmio. O atual Flamengo não provou nada ainda fora do Rio. Sua empolgante torcida não vence outras tantas da América em ""jogar junto". O rubro-negro venceu só uma Libertadores, quando tinha um time espetacular que não cruzou com argentino e não derrotou em campo o Atlético-MG.
O Fluminense, que não sabe o que é Libertadores desde 1985 (quando não passou da primeira fase), tem razoável chance de naufragar de novo na fase de grupos. O mesmo vale para o Santos. O São Paulo não venceu o Audax Italiano em 2007 e foi dominado nos dois jogos contra um Boca sem Riquelme (e Palacio no Morumbi) na Copa Sul-Americana. O Cruzeiro, de fato, começou bem. Corre por fora, como tantos outros.

COPA DOS CAMPEÕES
A grande novidade para o Brasil é a chegada do troféu da Champions League. Neste fim de semana, como a Folha deu em primeira mão, ela será exibida no Jockey Club em São Paulo, só o início da turnê pela América Latina. Um grande esquema de segurança foi montado para a taça não repetir a Jules Rimet.

CONCACHAMPIONS
Em agosto, nasce a versão da Concacaf para a Champions League: fase preliminar, seis datas para a fase de grupos e mata-mata de fevereiro a abril. Serão 24 times, quatro mexicanos. Como fica a força mexicana na Libertadores e na Copa Sul-Americana? Em tese, mais fraca.

rbueno@folhasp.com.br


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