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FUTEBOL
Quem tem boca...
Libertadores começa com clubes brasileiros muito bem falados, mas nenhum deles é favorito, e o cenário é duro
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RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
SEM querer colocar água no chope de ninguém mas já colocando, a Libertadores não está tão
acessível como tanta gente fala.
Tem muita equipe frágil, muito time gringo alvo de piada, porém a
""armada brasileira" não deve confiar nas previsões bastante otimistas
que pipocam aqui e ali. Pinta uma
impressão (que o mercado e a mídia
estão adorando) de que dificilmente
o troféu não ficará no Brasil. Fla-Flu,
San-São e Cruzeiro seriam ""grandes
demais" para os vizinhos empobrecidos e desqualificados. Exagero.
Para início de conversa, nenhum
dos cinco representantes do país é
favorito. Esse, todos sabem, é o Boca
Juniors, atual campeão, senhor de
de 4 das últimas 8 Libertadores. Essa dura disputa se ganha com time,
não elenco (não há suspensão por
cartão amarelo, a organização não
suspende ninguém por 120, 540 ou
2.765 dias...). E o time do Boca está
mais forte até do que o do ano passado. Caranta; Ibarra, Maidana, Paletta e Morel Rodríguez; Ledesma, Battaglia e Neri Cardozo; Riquelme; Palacio e Palermo. Eis o time a bater.
Com a ""canja" de usar goleiro pouco confiável (e o ""luxo" de ter Cáceres, Dátolo e Castromán), o Boca é
muito superior aos conterrâneos.
Pode ser campeão (bi e hepta) pegando brasileiro só na final, como foi
em 2007. Os parelhos times do Brasil, mesmo com sucesso, podem se
matar até a decisão. E nenhum têm
o espírito copeiro do último Grêmio.
O atual Flamengo não provou nada ainda fora do Rio. Sua empolgante torcida não vence outras tantas da
América em ""jogar junto". O rubro-negro venceu só uma Libertadores,
quando tinha um time espetacular
que não cruzou com argentino e não
derrotou em campo o Atlético-MG.
O Fluminense, que não sabe o que
é Libertadores desde 1985 (quando
não passou da primeira fase), tem
razoável chance de naufragar de novo na fase de grupos. O mesmo vale
para o Santos. O São Paulo não venceu o Audax Italiano em 2007 e foi
dominado nos dois jogos contra um
Boca sem Riquelme (e Palacio no
Morumbi) na Copa Sul-Americana.
O Cruzeiro, de fato, começou bem.
Corre por fora, como tantos outros.
COPA DOS CAMPEÕES
A grande novidade para o Brasil é a
chegada do troféu da Champions
League. Neste fim de semana, como a Folha deu em primeira mão,
ela será exibida no Jockey Club em
São Paulo, só o início da turnê pela
América Latina. Um grande esquema de segurança foi montado para
a taça não repetir a Jules Rimet.
CONCACHAMPIONS
Em agosto, nasce a versão da Concacaf para a Champions League: fase preliminar, seis datas para a fase
de grupos e mata-mata de fevereiro
a abril. Serão 24 times, quatro mexicanos. Como fica a força mexicana na Libertadores e na Copa Sul-Americana? Em tese, mais fraca.
rbueno@folhasp.com.br
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