|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mãe de Joanna revela treinador
Suposto autor de abuso sexual contra a nadadora é afastado de funções em escola após denúncia
Acusado passa a tarde reunido com advogados, afirma ser inocente e recebe apoio; família da atleta descarta abrir processo
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
MARCO BAHÉ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM RECIFE
O ex-técnico de Joanna Maranhão apontado pela mãe da
nadadora como responsável
por abusos sexuais sofridos pela filha na infância foi afastado
por tempo indeterminado ontem da escola particular onde
trabalha, em Olinda (região
metropolitana de Recife).
A médica Teresinha Maranhão disse à imprensa que o
professor de educação física
Eugênio Miranda, técnico de
Joanna durante três anos, abusou da atleta quando ela tinha
nove anos e treinava no Clube
Náutico Capibaribe.
A família, no entanto, descarta processar criminalmente o
ex-técnico da atleta.
A nadadora, que ganhou destaque ao chegar em quinto lugar na final dos 400 m medley
na Olimpíada de Atenas-2004,
completa 21 anos em abril.
Miranda, que passou a tarde
de ontem reunido com advogados, negou a acusação.
"Não tenho nada a dizer sobre isso. Já conversei com minha família e recebi total apoio.
Quem me conhece sabe minha
índole", afirmou ele.
Na semana passada, quando
participava de treinamentos na
França, Joanna disse ter sido
molestada por um ex-técnico
quando era criança e que queria alertar os pais para cuidados
com os filhos esportistas.
A nadadora, conhecida também por seu temperamento explosivo, afirmou que muitos de
seus problemas de comportamento e a queda nos resultados
na piscina foram agravados pelo assédio sofrido na infância.
Agora, quer usar sua experiência para ajudar outras
crianças vítimas de abuso.
A nadadora ainda não tem índice para disputar os Jogos de
Pequim, sua prioridade no ano.
"Quanto mais rápido eu nadar, melhor exemplo serei.
Agora quero só pensar em natação", afirmou Joanna, após revelar as supostas agressões.
A mãe dela declarou que a filha passa por tratamento psicológico para superar o trauma,
revelado à família recentemente. Ela chegou a ter medo de entrar na piscina. A atleta retornou ao Brasil na segunda-feira.
Da França, Joanna havia dito
que decidiu falar sobre o assunto porque havia conseguido superá-lo. Falou, porém, que não
revelaria o nome do suposto
agressor por não ter provas. O
Náutico disse, por meio de sua
assessoria, desconhecer o fato.
Miranda treinava as equipes
do colégio Santa Emília havia
cinco anos. O coordenador de
natação da escola, Fernando
Ramos, afirmou ter ficado surpreso com a acusação.
"Em 2004, fizemos uma homenagem à Joanna e ela veio
aqui, abraçou Eugênio, autografou uma camisa dele e, em
discurso, agradeceu a ele pelo
treinamento", declarou.
O coordenador afirmou ainda que recebeu ontem telefonemas de atletas e pais de alunos solidários a Miranda.
"Tem alguma peça que não se
encaixa em tudo isso", disse Ramos. Segundo ele, Miranda é
casado há mais de 20 anos e
têm dois filhos. "Joanna brincava com os filhos dele."
Com a Reportagem Local
Texto Anterior: Futebol: Quem tem boca... Próximo Texto: Advogados divergem sobre caso Índice
|