São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2009

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Rio apresenta Copa como trunfo para ter Olimpíada

Dossiê afirma que o legado do Mundial de 2014 irá diminuir gastos para 2016

Obras do Maracanã, palco da cerimônia de abertura, e dos estádios que receberão o futebol dos Jogos estarão prontas dois anos antes

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

Dois anos antes dos Jogos de 2016, o Rio já estará pronto para receber um dos maiores eventos esportivos do mundo. A Copa de 2014 será no Brasil. E é exibida como trunfo no dossiê carioca entregue ao Comitê Olímpico Internacional.
O calhamaço de 538 páginas cita diversas vezes o evento de futebol. Muitas delas para mostrar que ele representa orçamento mais enxuto para 2016.
Curiosamente, esse conforto é dado por ferrenho crítico do uso de dinheiro público pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, abraçou a causa dos clubes formadores em busca de seu quinhão da Lei Piva.
Por onde passa, o dirigente reforça que a Copa brasileira será realizada com recursos privados, ao contrário de uma possível Olimpíada.
A reforma do Maracanã, por exemplo, cairá na conta do evento de futebol. Assim como parte das obras viárias do entorno. O estádio é o palco da cerimônia de abertura dos Jogos.
Até 2014, a capital fluminense prevê ter feito melhorias em aeroportos e acessos à cidade. Teixeira já afirmou que nenhum aeroporto do país hoje atende às exigências da Fifa.
A realização da Copa também é garantia de que as sedes dos torneios de futebol olímpicos estarão prontas para 2016.
Além do Rio, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Salvador foram as cidades escolhidas. Se alguma delas não estiver na lista da Fifa, no entanto, o COB já tem carta-branca do COI (Comitê Olímpico Internacional) para inscrever outro local.
"A Copa vai nos entregar estádios prontos. A ideia é aproveitar 100% o legado da Copa para o futebol olímpico", afirmou Carlos Roberto Osório, secretário-geral do comitê.
Principal ponto fraco do Rio na primeira fase de disputa pela Olimpíada, a segurança é outro item que o dossiê de candidatura liga à realização da Copa.
Em 2014, afirma o texto, estratégias para a redução da criminalidade, como as previstas para os Jogos Olímpicos, já terão sido colocadas em prática.
Copa do Mundo, no entanto, não significa apenas bons legados para o Rio. Se a competição de futebol no Brasil é um trunfo, a experiência de 2010 pode se tornar um transtorno.
A Fifa decidiu optar por revezamento de continentes e deu também a um país emergente, que nunca havia recebido o evento, a chance de organizar a Copa. A África do Sul já sofreu com atrasos de obras que levaram Joseph Blatter, mandatário da Fifa, a falar em plano B.
As construções já voltaram ao ritmo desejado, e o dirigente disse confiar nos sul-africanos.
O comitê da Rio-2016, no entanto, acredita que novo problema até 2 de outubro, data da escolha da sede olímpica, pode levar o COI a desistir de apostar em outro país emergente.
Em junho, a África do Sul recebe a Copa das Confederações. O evento acontece durante o período de visitas do COI às cidades candidatas. (EDUARDO OHATA, DENISE MENCHEN, MARIANA BASTOS E MARIANA LAJOLO)


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