São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2009

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Campeão da Davis vê Guga a seu lado em projeto no país

Emilio Sanchez, novo coordenador da CBT, irá convidar ex-tenista a participar de projeto para desenvolver tênis

Dirigente pede paciência para resultados no principal torneio de equipes da modalidade e diz que seu trabalho terá várias frentes

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O espanhol Emílio Sanchez, 43, capitão de seu país na conquista da Copa Davis no ano passado e nomeado coordenador da Confederação Brasileira de Tênis, já conta com Guga ao seu lado na tarefa de desenvolver o tênis nacional.
""O brasileiro gosta de grandes ídolos, e o Guga é um fenômeno ainda recente para o público. Não sei das suas prioridades no momento. Se puder ajudar um pouco, pior. Se puder ajudar muito, melhor. Foi um exemplo durante a carreira e tem carisma", afirma Sanchez.
""Quero me encontrar com o Guga para conversar. Estou disposto a ir a Santa Catarina [onde o ex-tenista mora] ou para onde quiser marcar a reunião. Ele embarcou hoje [ontem] para a Bahia, por isso não foi possível nesta semana. Mas logo vou falar com ele", diz.
""Teria sido o ideal ter começado o trabalho quando o Guga estava na ativa. Mas isso já passou, prefiro pensar no futuro."
Sanchez acredita que o ""fenômeno" Guga não será duplicado, pois ""Guga é especial". Porém não crê ser necessário um novo Guga para que o tênis seja massificado no Brasil.
""Para o Thomas Bellucci [o número um do Brasil] ficar conhecido, é preciso resultados, aos poucos. Tem que vencer torneios, ser semifinalista de competições de maior prestígio, depois alcançar finais, e assim por diante. Apesar do carisma de Guga, só ficou conhecido após ser campeão em Roland Garros", contextualiza ele.
""O Bellucci tem bom potencial e pode ser líder dessa geração, abrindo caminho para ela."
O espanhol afirma que não é importante apenas a presença de Guga. ""Quero também o primeiro do ranking, o segundo, engajados no projeto", aponta.
Ao ser questionado sobre como fará para o Brasil ser campeão da Davis, a exemplo da Espanha, Sanchez deu uma discreta risada e pediu paciência.
""Hoje temos sete, oito jogadores entre os 200 melhores. Tem que haver um salto para ficar entre os cem primeiros, há jovens que vêm despontando. Hoje temos um par, o Bellucci [84º] e o Marcos Daniel [91º], entre os cem. Só quando tivermos o suficiente para montar um time é que pensaremos na Davis. Não vim passear, esse trabalho será em etapas."
Segundo o espanhol, medalhista olímpico, irmão de Arantxa Sanchez e que dividirá seu tempo entre Brasil e Espanha, a dificuldade dos brasileiros em vencer fora do saibro é outro problema que terá solução por meio da quantidade.
""Isso de jogar bem ou fora do saibro é uma questão mais de trabalho de base. Quando tivermos quantidade e uma boa infraestrutura, esse problema também será sanado", explica Sanchez, que visitou nesta semana o Comitê Olímpico Brasileiro e o Ministério do Esporte, outras peças em seu projeto.
""É preciso um trabalho em conjunto", enfatiza Sanchez, que afirma que é preciso transmitir ao público a noção de que o tênis ""não é esporte de rico".
""O pessoal do circuito internacional, como o Rafael Nadal, vêm da classe média, média baixa... Eles não são ricos."


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