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Campeão da Davis vê Guga a seu lado em projeto no país
Emilio Sanchez, novo coordenador da CBT, irá convidar ex-tenista a participar de projeto para desenvolver tênis
Dirigente pede paciência
para resultados no principal
torneio de equipes da
modalidade e diz que seu
trabalho terá várias frentes
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O espanhol Emílio Sanchez,
43, capitão de seu país na conquista da Copa Davis no ano
passado e nomeado coordenador da Confederação Brasileira
de Tênis, já conta com Guga ao
seu lado na tarefa de desenvolver o tênis nacional.
""O brasileiro gosta de grandes ídolos, e o Guga é um fenômeno ainda recente para o público. Não sei das suas prioridades no momento. Se puder ajudar um pouco, pior. Se puder
ajudar muito, melhor. Foi um
exemplo durante a carreira e
tem carisma", afirma Sanchez.
""Quero me encontrar com o
Guga para conversar. Estou
disposto a ir a Santa Catarina
[onde o ex-tenista mora] ou para onde quiser marcar a reunião. Ele embarcou hoje [ontem] para a Bahia, por isso não
foi possível nesta semana. Mas
logo vou falar com ele", diz.
""Teria sido o ideal ter começado o trabalho quando o Guga
estava na ativa. Mas isso já passou, prefiro pensar no futuro."
Sanchez acredita que o ""fenômeno" Guga não será duplicado, pois ""Guga é especial".
Porém não crê ser necessário
um novo Guga para que o tênis
seja massificado no Brasil.
""Para o Thomas Bellucci [o
número um do Brasil] ficar conhecido, é preciso resultados,
aos poucos. Tem que vencer
torneios, ser semifinalista de
competições de maior prestígio, depois alcançar finais, e assim por diante. Apesar do carisma de Guga, só ficou conhecido
após ser campeão em Roland
Garros", contextualiza ele.
""O Bellucci tem bom potencial e pode ser líder dessa geração, abrindo caminho para ela."
O espanhol afirma que não é
importante apenas a presença
de Guga. ""Quero também o primeiro do ranking, o segundo,
engajados no projeto", aponta.
Ao ser questionado sobre como fará para o Brasil ser campeão da Davis, a exemplo da Espanha, Sanchez deu uma discreta risada e pediu paciência.
""Hoje temos sete, oito jogadores entre os 200 melhores.
Tem que haver um salto para ficar entre os cem primeiros, há
jovens que vêm despontando.
Hoje temos um par, o Bellucci
[84º] e o Marcos Daniel [91º],
entre os cem. Só quando tivermos o suficiente para montar
um time é que pensaremos na
Davis. Não vim passear, esse
trabalho será em etapas."
Segundo o espanhol, medalhista olímpico, irmão de
Arantxa Sanchez e que dividirá
seu tempo entre Brasil e Espanha, a dificuldade dos brasileiros em vencer fora do saibro é
outro problema que terá solução por meio da quantidade.
""Isso de jogar bem ou fora do
saibro é uma questão mais de
trabalho de base. Quando tivermos quantidade e uma boa infraestrutura, esse problema
também será sanado", explica
Sanchez, que visitou nesta semana o Comitê Olímpico Brasileiro e o Ministério do Esporte,
outras peças em seu projeto.
""É preciso um trabalho em
conjunto", enfatiza Sanchez,
que afirma que é preciso transmitir ao público a noção de que
o tênis ""não é esporte de rico".
""O pessoal do circuito internacional, como o Rafael Nadal,
vêm da classe média, média
baixa... Eles não são ricos."
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