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EUA propõem à Jamaica revanche olímpica na pista
Rivais, que monopolizaram pódio em provas de velocidade do atletismo em Pequim-08, se enfrentariam em 2 desafios
Países arrebataram 78,6% dos títulos e 66,7% das medalhas nessas disputas na última Olimpíada, que teve Usain Bolt como estrela
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
EUA e Jamaica, que protagonizaram o maior duelo olímpico no atletismo em Pequim-08,
devem fazer revanche neste
ano. A USATF (federação norte-americana) propôs dois desafios entre os velocistas de
ambos os países, em maio e junho. Um evento seria realizado
nos EUA. O outro, na Jamaica.
O duelo foi sugerido pelo diretor-executivo da USATF,
Doug Logan, que entregou carta ao presidente da Nacac (Federação de Atletismo das Américas do Norte, Central e do Caribe), o jamaicano Neville
McCook, propondo o duelo.
"É óbvio que, com a ascensão
dos grandes velocistas de seu
país, desenvolveu-se uma rivalidade entre Jamaica e EUA",
justificou Logan na missiva.
Para ele, um confronto entre
os dois países despertaria enorme curiosidade do público.
"Esses eventos ofereceriam
espetáculo fenomenal ao mundo, assim como à torcida dos
dois países, que teriam a chance de ver os melhores competindo em suas casas", afirmou.
A ideia de Logan é que haja
três a quatro jamaicanos e norte-americanos nas provas. No
caso dos revezamentos, haveria
duas equipes de cada país.
Howard Aris, presidente da
federação jamaicana, disse ter
recebido com entusiasmo a sugestão do confronto. "Não podemos responder ainda. Mas
claro que temos interesse em
competir em um evento que
ajudaria a desenvolver o atletismo na Jamaica", declarou.
O maior empecilho para a
realização dos desafios é acertar datas que não coincidam
com alguns dos principais GPs
europeus, como a Liga de Ouro
de Berlim, em 14 de junho.
Além disso, em um contexto
de crise, a federação tem preocupações econômicas. "Aguardamos carta da USATF, com
datas, orçamento, patrocínios e
todas as implicações. Por enquanto, o que podemos dizer é
que estamos interessados."
Em Pequim-08, EUA e Jamaica ficaram com 78,6% dos
títulos e 66,7% dos pódios nas
provas de velocidade do atletismo. Das 14 medalhas de ouro
em jogo na China, só três não
foram parar no pescoço de jamaicanos e norte-americanos.
Os EUA arrebataram 17 comendas nessas disputas, contra
11 da Jamaica. Os caribenhos,
porém, levaram seis ouros, um
a mais do que os adversários.
Não bastasse isso, os EUA
ainda viram a Jamaica triunfar
nas provas mais badaladas, em
que costumavam dominar, como nos 100 m e 200 m, tanto no
masculino quanto no feminino.
De quebra, viram Usain Bolt
conquistar a torcida no Ninho
de Pássaro com recordes mundiais nos 100 m, 200 m e 4 x 100
m -os dois últimos estavam
em poder dos norte-americanos havia mais de dez anos.
Os desafios também proporcionariam a chance de assistir
ao confronto entre Usain Bolt,
Asafa Powell e Tyson Gay. Os
três maiores velocistas da atualidade nunca dividiram a mesma pista em um evento.
Também seria o tira-teima
nos 200 m entre a norte-americana Allyson Felix, campeã
mundial, e a jamaicana Veronica Campbell, campeã olímpica.
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