São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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EUA propõem à Jamaica revanche olímpica na pista

Rivais, que monopolizaram pódio em provas de velocidade do atletismo em Pequim-08, se enfrentariam em 2 desafios

Países arrebataram 78,6% dos títulos e 66,7% das medalhas nessas disputas na última Olimpíada, que teve Usain Bolt como estrela

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

EUA e Jamaica, que protagonizaram o maior duelo olímpico no atletismo em Pequim-08, devem fazer revanche neste ano. A USATF (federação norte-americana) propôs dois desafios entre os velocistas de ambos os países, em maio e junho. Um evento seria realizado nos EUA. O outro, na Jamaica.
O duelo foi sugerido pelo diretor-executivo da USATF, Doug Logan, que entregou carta ao presidente da Nacac (Federação de Atletismo das Américas do Norte, Central e do Caribe), o jamaicano Neville McCook, propondo o duelo.
"É óbvio que, com a ascensão dos grandes velocistas de seu país, desenvolveu-se uma rivalidade entre Jamaica e EUA", justificou Logan na missiva.
Para ele, um confronto entre os dois países despertaria enorme curiosidade do público.
"Esses eventos ofereceriam espetáculo fenomenal ao mundo, assim como à torcida dos dois países, que teriam a chance de ver os melhores competindo em suas casas", afirmou.
A ideia de Logan é que haja três a quatro jamaicanos e norte-americanos nas provas. No caso dos revezamentos, haveria duas equipes de cada país.
Howard Aris, presidente da federação jamaicana, disse ter recebido com entusiasmo a sugestão do confronto. "Não podemos responder ainda. Mas claro que temos interesse em competir em um evento que ajudaria a desenvolver o atletismo na Jamaica", declarou.
O maior empecilho para a realização dos desafios é acertar datas que não coincidam com alguns dos principais GPs europeus, como a Liga de Ouro de Berlim, em 14 de junho.
Além disso, em um contexto de crise, a federação tem preocupações econômicas. "Aguardamos carta da USATF, com datas, orçamento, patrocínios e todas as implicações. Por enquanto, o que podemos dizer é que estamos interessados."
Em Pequim-08, EUA e Jamaica ficaram com 78,6% dos títulos e 66,7% dos pódios nas provas de velocidade do atletismo. Das 14 medalhas de ouro em jogo na China, só três não foram parar no pescoço de jamaicanos e norte-americanos.
Os EUA arrebataram 17 comendas nessas disputas, contra 11 da Jamaica. Os caribenhos, porém, levaram seis ouros, um a mais do que os adversários.
Não bastasse isso, os EUA ainda viram a Jamaica triunfar nas provas mais badaladas, em que costumavam dominar, como nos 100 m e 200 m, tanto no masculino quanto no feminino.
De quebra, viram Usain Bolt conquistar a torcida no Ninho de Pássaro com recordes mundiais nos 100 m, 200 m e 4 x 100 m -os dois últimos estavam em poder dos norte-americanos havia mais de dez anos.
Os desafios também proporcionariam a chance de assistir ao confronto entre Usain Bolt, Asafa Powell e Tyson Gay. Os três maiores velocistas da atualidade nunca dividiram a mesma pista em um evento.
Também seria o tira-teima nos 200 m entre a norte-americana Allyson Felix, campeã mundial, e a jamaicana Veronica Campbell, campeã olímpica.


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