Segundo Rodrigo Pessoa, Palouchin de Ligny é "rápido e competitivo", mas só nas provas intermediárias

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A genética é muito boa, mas falta a força do pai.
Filho do lendário Baloubet du Rouet, o cavalo Palouchin de Ligny, 9, encerra hoje com o cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa sua participação no Winter Equestrian Festival, em Palm Beach, com uma prova com obstáculos de 1,50 m.
No evento americano, Palouchin conseguiu três vitórias, todas em provas com 1,45 m.
"O Palouchin é muito rápido e muito competitivo", afirma Pessoa, ginete com títulos mundial, olímpico e da Copa do Mundo no currículo. "Mas é um cavalo para provas intermediárias", completa.
Baloubet du Rouet, que, aposentado, segue no haras da família Pessoa, na Bélgica, foi um campeão em Grandes Prêmios.
Foi com ele que o brasileiro conquistou o tricampeonato da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000), o bronze por equipes em Sydney-2000 e o ouro individual em Atenas-04. "A força é a grande diferença entre eles." Pessoa diz que, no nível intermediário, o cavalo salta de 1,40 m a 1,50 m. Em um GP, teria de pular 10 cm ou 15 cm a mais.
Para o diretor de saltos da Confederação Brasileira de Hipismo, Caio Sérgio José de Carvalho, é normal a expectativa criada em torno de Palouchin.
"O Baloubet não foi um grande saltador, um dos maiores da história, por acaso. Sua mescla de linhagem sanguínea era muito boa", afirma Carvalho.
De acordo com ele, é comum para um bom garanhão conseguir transmitir suas qualidades para seus descendentes.
Rodrigo Pessoa diz que, além de Palouchin, há outros filhos de Baloubet no haras da família e espalhados pela Europa. E essa população deve crescer, já que o sela francês é muito procurado para fazer coberturas de éguas. Mas, na avaliação de Pessoa, nenhum deles vai alcançar o nível do pai. "Temos alguns cavalos jovens ainda, há algumas possibilidades, mas isso não vai acontecer. O Baloubet é o Pelé do hipismo."


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