São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Natação veta clone de maiô "high-tech"

Federação proíbe o uso de nova peça no Mundial de curta e acirra polêmica

Filippo Magnini estrearia cópia do LZR Racer; para não terem "desvantagem" em Pequim, atletas acenam com quebra de patrocínio


DA REPORTAGEM LOCAL

Adrian Nathan, 19, fez história ontem ao se sagrar campeão dos 100 m livre em sua primeira participação em Mundiais.
As atenções na piscina de Manchester, no entanto, se voltaram para o italiano Filippo Magnini, segundo colocado, a apenas 0s03 do vencedor. E para uma nova competição.
Nathan usava o LZR Racer, maiô que vestiu nadadores em 35 das 39 quebras de recordes obtidas apenas neste ano. Magnini era o único na piscina de 25 metros sem o traje.
O italiano foi proibido pela federação internacional de estrear naquela final o Arena R-Evolution II, apelidado de "revanche", mais parecido com o badalado traje da Speedo.
A nova janela para aprovação de maiôs pela entidade que comanda a natação mundial será aberta apenas em junho. Até lá, empresas ganharam sinal verde para melhorar as peças e tentar se aproximar do LZR.
O Mundial em piscina curta de Manchester, encerrado ontem, assistiu à maior quebra de recordes da história.
A competição mudou as marcas mundiais de 18 provas. Além disso, foram registrados 85 recordes continentais.
"Eu provei que o ser humano pode fazer a diferença. Se eu tivesse sido liberado para nadar com o meu novo maiô, poderia ter quebrado o recorde mundial", afirmou Magnini, um dos primeiros atletas a reclamar do novo modelo.
O nadador, no entanto, afirmou que, se nada for mudado até a Olimpíada, em agosto, nadará em Pequim com o LZR.
Segundo a Arena, os testes feitos com seu novo maiô chamaram a atenção de atletas e outros observadores e podem dar largada à acirrada competição pelo melhor protótipo.
As empresas terão pouco tempo para mostrarem que podem concorrer com o traje da Speedo. O maiô "high-tech" provocou uma reunião da federação internacional com as fabricantes, mas teve sua aprovação ratificada pela entidade.
As regras da Fina, porém, pregam que os trajes devem estar à disposição de qualquer nadador. A disponibilidade do novo modelo era a principal preocupação dos dirigentes.
Alguns nadadores, no entanto, já afirmaram que podem até abrir mão de seus contratos de patrocínio para não ter suposta desvantagem em Pequim.
O sul-africano Gerhard Zandberg, por exemplo, anunciou que vai usar o LZR Racer na Olimpíada. Ele tem contrato de US$ 3 mil com a Arena.
Principal estrela no Mundial de Manchester, Ryan Lochte vestiu o LZR para superar as marcas dos 100 m e 200 m medley, mas evitou elogiar o novo maiô. "É apenas treino", disse.
Lochte será um dos principais adversários de Thiago Pereira em Pequim. O brasileiro, que possui um exemplar do LZR Racer, desistiu de nadar em Manchester para priorizar os treinos no Brasil.


Com agências internacionais


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