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Natação veta clone de maiô "high-tech"
Federação proíbe o uso de nova peça no Mundial de curta e acirra polêmica
Filippo Magnini estrearia cópia do LZR Racer; para não terem "desvantagem" em Pequim, atletas acenam com quebra de patrocínio
DA REPORTAGEM LOCAL
Adrian Nathan, 19, fez história ontem ao se sagrar campeão
dos 100 m livre em sua primeira participação em Mundiais.
As atenções na piscina de
Manchester, no entanto, se voltaram para o italiano Filippo
Magnini, segundo colocado, a
apenas 0s03 do vencedor. E para uma nova competição.
Nathan usava o LZR Racer,
maiô que vestiu nadadores em
35 das 39 quebras de recordes
obtidas apenas neste ano. Magnini era o único na piscina de 25
metros sem o traje.
O italiano foi proibido pela
federação internacional de estrear naquela final o Arena R-Evolution II, apelidado de "revanche", mais parecido com o
badalado traje da Speedo.
A nova janela para aprovação
de maiôs pela entidade que comanda a natação mundial será
aberta apenas em junho. Até lá,
empresas ganharam sinal verde para melhorar as peças e
tentar se aproximar do LZR.
O Mundial em piscina curta
de Manchester, encerrado ontem, assistiu à maior quebra de
recordes da história.
A competição mudou as marcas mundiais de 18 provas.
Além disso, foram registrados
85 recordes continentais.
"Eu provei que o ser humano
pode fazer a diferença. Se eu tivesse sido liberado para nadar
com o meu novo maiô, poderia
ter quebrado o recorde mundial", afirmou Magnini, um dos
primeiros atletas a reclamar do
novo modelo.
O nadador, no entanto, afirmou que, se nada for mudado
até a Olimpíada, em agosto, nadará em Pequim com o LZR.
Segundo a Arena, os testes
feitos com seu novo maiô chamaram a atenção de atletas e
outros observadores e podem
dar largada à acirrada competição pelo melhor protótipo.
As empresas terão pouco
tempo para mostrarem que podem concorrer com o traje da
Speedo. O maiô "high-tech" provocou uma reunião da federação internacional com as fabricantes, mas teve sua aprovação
ratificada pela entidade.
As regras da Fina, porém,
pregam que os trajes devem estar à disposição de qualquer nadador. A disponibilidade do novo modelo era a principal preocupação dos dirigentes.
Alguns nadadores, no entanto, já afirmaram que podem até
abrir mão de seus contratos de
patrocínio para não ter suposta
desvantagem em Pequim.
O sul-africano Gerhard
Zandberg, por exemplo, anunciou que vai usar o LZR Racer
na Olimpíada. Ele tem contrato
de US$ 3 mil com a Arena.
Principal estrela no Mundial
de Manchester, Ryan Lochte
vestiu o LZR para superar as
marcas dos 100 m e 200 m medley, mas evitou elogiar o novo
maiô. "É apenas treino", disse.
Lochte será um dos principais adversários de Thiago Pereira em Pequim. O brasileiro,
que possui um exemplar do
LZR Racer, desistiu de nadar
em Manchester para priorizar
os treinos no Brasil.
Com agências internacionais
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