São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

O tenista "caxias"


Gênio, campeão que mudou o jeito de jogar tênis, Ivan Lendl, após 16 anos, pode, enfim, ter o reconhecimento público


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

PERGUNTE A quem gosta e acompanha tênis quem são os melhores da história. Entre Roger Federer, Bjorn Borg, Rod Laver e Pete Sampras, estará Ivan Lendl. "Gênio", dirão uns; "Mudou o jeito de se jogar tênis", afirmarão outros. Mas nem sempre foi assim.
Para quem babava por John McEnroe e Jimmy Connors, qual a graça em torcer para um tcheco magricelo e frio, com jogo de fundo cheio de spin martelando os rivais até vencer, pelo cansaço ou pela técnica quase robótica? Enquanto seus rivais apareciam sorrindo, com gente bonita, Lendl vivia sério, com um pessoal estranho: preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista.
Pragmático, passou ao balé quando lhe disseram que essa seria a solução para sua dificuldade em jogar na rede. Lendl era o "caxias" do tênis. Mas quem gostava dos "caxias"?
Indiferente à indiferença geral, Lendl dominou o tênis nos anos 80 e se manteve entre os melhores no início dos 90. Ganhou 94 títulos.
Saiu vencedor em mais de mil jogos.
Acumulou mais de US$ 21 milhões em prêmios. Ganhou três vezes na França, três nos EUA, foi bi na Austrália. Faltaram o reconhecimento do público e o título de Wimbledon.
Sem dizer "adeus" como um campeão, incomodado com o fracasso em Wimbledon ("Trocaria todos os meus títulos por um lá", disse), saiu do tênis pelas portas do fundo, em 94. Desde então, só foi visto no golfe. Na vida particular, ignorou o passado. Das cinco filhas, incentivou duas a jogarem golfe e outras duas a praticarem hipismo. Nunca foi um ex-número um do tênis ligado em tênis. Quando criou uma agência de eventos, só quis o golfe, que chegou a disputar quase como profissional.
Mas eis que uma academia da qual é sócio adotou o tênis. E no sábado, para poucos, 16 anos depois, Lendl foi à quadra para a exibição com o eterno rival Mats Wilander. Quando indagado sobre pupilos, Lendl falou.
"Eles me perguntam como devem bater na bola, e explico. Mas é mais fácil mostrar como se bate na bola."
Um gênio voltou. Já não irá obter a taça em Wimbledon, mas, talvez, o reconhecimento que merece.

NA COLÔMBIA
João Olavo Souza, o Feijão, conquistou o maior título da sua jovem carreira até agora no Challenger de Bogotá. Na final, bateu o colombiano Alejandro Falla, maior favorito do torneio, de virada, por 2 a 1.

EM BLUMENAU
Alguns dos melhores tenistas do país disputam nesta semana o Aberto de Santa Catarina. Os jogos, com entrada franca, ocorrem no saibro do Tabajara Tênis Clube.

NO RIO GRANDE DO SUL
Rafael Camilo foi vice no Future de Santa Maria, que abriu série de torneios no país. Perdeu a final para o Marcel Felder (URU) em dois sets.

reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Espanhol: Em casa, Barcelona tenta disparar na liderança
Próximo Texto: Eliminado do Nacional, ex-Banespa vai para UTI
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.