São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011 |
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Sobrevida ou morte Em meio a turbilhão na carreira, Ganso conduz o Santos contra o Cerro Porteño e, sem a companhia de outros astros, tenta manter sonho da Libertadores LEONARDO LOURENÇO ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO Ontem, nas arquibancadas do estádio General Pablo Rojas, em Assunção, cerca de 20 torcedores do Santos que viajaram ao Paraguai cantaram euforicamente o nome do meia Paulo Henrique Ganso, 21, assim que ele se aproximou do alambrado para atender os jornalistas. A relação com os torcedores, que durante esta semana voltaram a ler notícias sobre a provável saída do jogador no meio da temporada e até sobre um possível acerto com o rival Corinthians, foi cordial, apesar dos gritos de mercenário que o atleta ouviu após a derrota por 1 a 0 no clássico com o Palmeiras. A trégua não é coincidência. Ela se dá na véspera do jogo mais importante do Santos no ano, no qual a equipe definirá se pode continuar sonhando com seu terceiro título na Libertadores. Hoje, o clube encara o Cerro Porteño, na casa do adversário. Se perder, dará adeus ao torneio. Um empate não ajuda muito: fará o time não depender só das próprias forças na rodada derradeira. Sem Neymar e Elano, suspensos por cartões vermelhos, Ganso é o craque que sobrou na equipe da Vila Belmiro para o duelo de vida ou morte contra os paraguaios. Recai sobre ele toda a expectativa santista de reverter o quadro que, no momento, deixa o clube do litoral fora da fase eliminatória da competição para a qual foram investidos milhões com o único objetivo de vencê-la. Ganso poderá colher os louros dessa conquista. Mas não fugirá da ira da torcida em caso de fracasso. "Tenho que assumir essa responsabilidade, sou o camisa 10 do time", disse ele, ciente do papel que desempenhará assim que o árbitro apitar o início da partida. Os fatos que o envolvem fora do gramado, entretanto, não são esquecidos. "Meu pensamento é no Santos, na vitória", respondeu, de forma pouco categórica, ao ser indagado se está negociando ou não uma transferência ao Corinthians. Os rumores não param por aí e são alimentados pelo comportamento do jogador. O meia se nega a assinar uma extensão de seu contrato, com um substancial aumento de salário, sem que haja uma diminuição no valor de sua multa rescisória para clube do exterior -Ganso sonha com a Europa. "Tem que deixar essas coisas de lado. Ele é um jogador de futebol, alguém tem que falar de futebol com ele", pediu o técnico Muricy Ramalho, que, apesar de recém- -chegado ao Santos, sabe da importância do meia dentro do gramado neste momento. O julgamento que virá das arquibancadas, ao final do jogo, dependerá de cada um desses fatores. Mas Ganso, e só ele, tem o poder de manipular a massa, conduzindo o Santos à classificação. Para a torcida santista, a atuação dele determina seu papel na Vila Belmiro. Ganhando, será o herói solo. Perdendo, o vilão desertor. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Rival também encara período de turbulência Índice | Comunicar Erros |
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