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Brasil abre na Catalunha preparação mais curta para a Copa em 20 anos
Contra atraso, seleção desembarca no campo
Juca Varella/Folha Imagem
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Atletas da seleção brasileira fazem exercícios físicos durante o primeiro treino do time em Barcelona, que durou menos de uma hora |
FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BARCELONA
Passava das 22h na Espanha
quando a seleção brasileira deixou o miniestádio do Barcelona
ontem, depois do primeiro treino
do time que vai disputar a Copa
do Mundo. A maioria dos jogadores chegara do Brasil no meio da
tarde e estava cansada da viagem
de mais de dez horas, mas a atividade foi mantida.
A explicação para o que em outras épocas seria uma extravagância está no calendário (bagunçado
hoje em todo o planeta): o tempo
de preparação da seleção é curtíssimo, o menor da história recente.
De ontem até a estréia contra a
Turquia, no dia 3 de junho, serão
exíguos 21 dias para afinar uma
equipe fechada na semana passada, sem entrosamento e com um
esquema tático quase experimental, dado o pouco tempo que o
técnico Luiz Felipe Scolari introduziu o 3-5-2 na equipe.
É menos de um quarto do tempo que teve o primeiro grupo a se
apresentar para a Copa de 86,
quase um terço do período da seleção de 82 e 12 dias a menos que o
da equipe tetracampeã em 94.
Se for levado em conta que ontem só estavam em Barcelona 17
dos 23 convocados e que o restante só se juntará ao grupo entre os
dias 16 e 17, a seleção completa terá 17 dias para se preparar.
"O time pode não estar no ideal
[para a estréia". Provavelmente
não vai, mas vai ter de vencer.
Não podemos estar bem só no
quarto jogo, já que precisamos
vencer três partidas antes de chegarmos lá", afirmou Scolari, que
promete um time pronto já no dia
25, no amistoso contra a Malásia,
o último antes da Copa.
Por causa do aperto, Scolari revelou que chegou a torcer contra
os times dos jogadores convocados que estão desfalcando a preparação -Real Madrid (Roberto
Carlos), Bayer Leverkusen (Lúcio), Corinthians (Dida e Vampeta) e Grêmio (Polga e Luizão).
Com a escassez de tempo, os
treinos técnicos e táticos tiveram
de ser retardados. Ontem, enquanto a maioria do grupo correu
no estádio anexo ao Camp Nou,
quatro atletas -Ronaldo, Emerson, Cafu e Júnior- fizeram testes de potência muscular.
De acordo com Scolari, hoje não
será diferente. "Vamos perder um
dia, para a partir daí priorizar a
parte técnica", afirmou.
Ontem à noite o técnico fez uma
reunião com a comissão técnica
para reavaliar a programação em
função do pouco tempo. As eventuais mudanças só devem ser
anunciadas hoje.
Os jogadores demonstram as
mesmas queixas de Scolari, mas
também a mesma resignação.
"Não é o tempo que gostaríamos de ter, mas não vamos usar
isso como desculpa, já que outras
seleções estão na mesma situação.
Só vira um problema quando sabemos que alguns times fortes
têm um entrosamento maior que
o nosso", disse Rivaldo.
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