|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"TIMON"
Filme disputa festival, mostra time ao mundo até em cena de sexo, mas comete equívocos
"Carandiru" projeta o clube em Cannes
DA REPORTAGEM LOCAL
A busca corintiana do tão sonhado reconhecimento internacional tem hoje outro capítulo: o
Festival de Cinema de Cannes,
que começa na França.
O Corinthians chega com nome e símbolo ao olhar estrangeiro por meio de "Carandiru", produção que teve 3 milhões de
espectadores no Brasil e entra na
disputa da Palma de Ouro, láurea máxima de um dos eventos
cinematográficos mais importantes do mundo.
No filme, sobre o dia-a-dia da
recém-extinta penitenciária
paulista, o Corinthians aparece
em bandeira, camisa, boné, motivação sexual e narração de rádio. É o time de coração de Majestade, um dos protagonistas.
Só que o Corinthians que crítica e personalidades verão na
França -"Carandiru" será exibido na segunda-feira- foi retratado com equívocos pelo cineasta Hector Babenco, nascido
na Buenos Aires do River Plate.
O filme, que retrata a morte de
111 presos na rebelião de 1992,
mostra o escudo corintiano
acompanhado ora por três estrelas, ora quatro. O primeiro caso
é relativo ao tricampeonato nacional (1990, 98 e 99). O segundo, ao tri e ao Mundial da Fifa (2000). Feitos posteriores à tragédia de "Carandiru".
A obra escorrega na localização temporal do clube em várias
cenas quando em outras mostra
esforço de reconstituição.
Em determinada passagem, um carcereiro escuta pelo rádio
o veterano Fiori Gigliotti narrar jogada do lateral Jacenir, que estava mesmo no elenco de 1992.
Em outra cena, é a vez de o personagem Majestade descrever sua performance em ato sexual com uma de suas duas mulheres como se fosse o meia Neto
-ídolo do Corinthians do começo da década de 90- prestes
a marcar um gol de placa.
Mas, na hora em que a Casa de
Detenção pára para a final do
campeonato interno, evento que
precedeu o massacre, uma bandeira do clube com as três estrelas futuras toma a tela ao enfeitar
a porta por onde passam os finalistas na entrada em campo.
"Carandiru" também traz um
preso com uma camisa da seleção brasileira cujo símbolo da
CBF contém quatro estrelas, menção ao tetracampeonato
mundial dos EUA que seria conquistado dois anos depois.
(LR)
Texto Anterior: Buljubasich é a chance, diz meia Próximo Texto: Panorâmica - Futebol: Sem reforço, Leão cobra pontaria Índice
|