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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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"TIMON"

Filme disputa festival, mostra time ao mundo até em cena de sexo, mas comete equívocos

"Carandiru" projeta o clube em Cannes

DA REPORTAGEM LOCAL

A busca corintiana do tão sonhado reconhecimento internacional tem hoje outro capítulo: o Festival de Cinema de Cannes, que começa na França.
O Corinthians chega com nome e símbolo ao olhar estrangeiro por meio de "Carandiru", produção que teve 3 milhões de espectadores no Brasil e entra na disputa da Palma de Ouro, láurea máxima de um dos eventos cinematográficos mais importantes do mundo.
No filme, sobre o dia-a-dia da recém-extinta penitenciária paulista, o Corinthians aparece em bandeira, camisa, boné, motivação sexual e narração de rádio. É o time de coração de Majestade, um dos protagonistas.
Só que o Corinthians que crítica e personalidades verão na França -"Carandiru" será exibido na segunda-feira- foi retratado com equívocos pelo cineasta Hector Babenco, nascido na Buenos Aires do River Plate.
O filme, que retrata a morte de 111 presos na rebelião de 1992, mostra o escudo corintiano acompanhado ora por três estrelas, ora quatro. O primeiro caso é relativo ao tricampeonato nacional (1990, 98 e 99). O segundo, ao tri e ao Mundial da Fifa (2000). Feitos posteriores à tragédia de "Carandiru".
A obra escorrega na localização temporal do clube em várias cenas quando em outras mostra esforço de reconstituição.
Em determinada passagem, um carcereiro escuta pelo rádio o veterano Fiori Gigliotti narrar jogada do lateral Jacenir, que estava mesmo no elenco de 1992.
Em outra cena, é a vez de o personagem Majestade descrever sua performance em ato sexual com uma de suas duas mulheres como se fosse o meia Neto -ídolo do Corinthians do começo da década de 90- prestes a marcar um gol de placa.
Mas, na hora em que a Casa de Detenção pára para a final do campeonato interno, evento que precedeu o massacre, uma bandeira do clube com as três estrelas futuras toma a tela ao enfeitar a porta por onde passam os finalistas na entrada em campo.
"Carandiru" também traz um preso com uma camisa da seleção brasileira cujo símbolo da CBF contém quatro estrelas, menção ao tetracampeonato mundial dos EUA que seria conquistado dois anos depois. (LR)


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