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No Senado, Grafite vira "símbolo"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Grafite foi considerado ontem
um símbolo da luta pela igualdade racial, em homenagem prestada pelo Senado. Edinaldo Batista
Libânio, seu nome de batismo, foi
a estrela de uma sessão solene do
Senado para marcar o 117º aniversário da abolição da escravidão.
No mês passado, Grafite disse
ter sido vítima de preconceito racial do jogador argentino Leandro
Desábato, durante partida de seu
time contra o Quilmes pela Taça
Libertadores da América.
Grafite deu queixa à polícia por
racismo, e o jogador argentino
acabou preso. Após ficar duas
noites em uma cela, foi libertado
mediante pagamento de fiança.
Na sessão solene, o jogador recebeu elogios do senador Paulo
Paim (PT-RS), que o chamou de
"orgulho dos afro-descendentes",
e do ex-senador e ativista negro
Abdias do Nascimento (RJ), para
quem o jogador é um "símbolo".
Grafite, de terno e gravata, sentou-se à Mesa do Senado e foi o
primeiro a discursar. "Agora faço
parte dessa luta", disse o atacante,
que afirmou ver o Brasil como um
país racista, "infelizmente".
A sessão teve discursos da secretária de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, de parlamentares e de
membros de movimentos negros.
Ao final, o jogador deu autógrafos e tirou fotografias. Disse que o
torcedor que paga ingresso tem o
direito de xingar o jogador, só não
pode agredi-lo fisicamente. "Torcedor pode falar o que quiser.
mas, em campo, é diferente."
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