São Paulo, sábado, 14 de maio de 2005

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No Senado, Grafite vira "símbolo"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Grafite foi considerado ontem um símbolo da luta pela igualdade racial, em homenagem prestada pelo Senado. Edinaldo Batista Libânio, seu nome de batismo, foi a estrela de uma sessão solene do Senado para marcar o 117º aniversário da abolição da escravidão.
No mês passado, Grafite disse ter sido vítima de preconceito racial do jogador argentino Leandro Desábato, durante partida de seu time contra o Quilmes pela Taça Libertadores da América.
Grafite deu queixa à polícia por racismo, e o jogador argentino acabou preso. Após ficar duas noites em uma cela, foi libertado mediante pagamento de fiança.
Na sessão solene, o jogador recebeu elogios do senador Paulo Paim (PT-RS), que o chamou de "orgulho dos afro-descendentes", e do ex-senador e ativista negro Abdias do Nascimento (RJ), para quem o jogador é um "símbolo".
Grafite, de terno e gravata, sentou-se à Mesa do Senado e foi o primeiro a discursar. "Agora faço parte dessa luta", disse o atacante, que afirmou ver o Brasil como um país racista, "infelizmente".
A sessão teve discursos da secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, de parlamentares e de membros de movimentos negros.
Ao final, o jogador deu autógrafos e tirou fotografias. Disse que o torcedor que paga ingresso tem o direito de xingar o jogador, só não pode agredi-lo fisicamente. "Torcedor pode falar o que quiser. mas, em campo, é diferente."


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