São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Após fugir a semana toda, time tenta se reerguer e deixar zona de descenso

Corinthians testa seu plano anticrise diante do Paraná

EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A MARINGÁ

O Corinthians não deu a cara para bater desde a derrota para o São Paulo na semana passada. Fugiu para Curitiba, fez treinos secretos, pôs na bandeja a cabeça de dois pratas da casa condenados pelo fracasso na Libertadores, tentou desviar o foco da crise com Marcelinho e, depois, com a contratação do técnico Geninho.
O resultado desse malabarismo, que contabiliza horas de enclausuramento em hotéis, desgastantes viagens de avião e um vaivém estafante em ônibus com escolta de policiais, será visto hoje, às 18h10, contra o Paraná, no estádio Willie Davis, em Maringá.
A cidade paranaense é a última parada antes de voltar a São Paulo e reencontrar a torcida. Deixar uma boa impressão do cambaleante time, que está na zona de descenso do Brasileiro-06, e dos atletas que sonham em ir para a Copa é o que move o grupo hoje.
Afinal, os jogadores corintianos não agüentam mais se esconder. Fizeram questão de deixar isso claro nos dias de reclusão em Curitiba e em Maringá. Reclamaram do período de concentração, que já dura quase duas semanas.
"É difícil ficar nessa situação. Acho que temos de encarar o problema de frente, mas seguimos ordens", disse o lateral Gustavo Nery, que volta ao time e teve sua cabeça pedida pela principal torcida corintiana, a Gaviões da Fiel.
Quem mais enfrentou o descontentamento dos corintianos foi o meia Ricardinho. Foi hostilizado em Curitiba, cidade onde cresceu, e teve de suportar a exaltação ao desafeto Marcelinho, integrado ao grupo para aplacar a ira do torcedor. "Estamos longe de casa, mas foi o planejamento da diretoria e temos de conviver com isso", falou Ricardinho, que chamou os que o criticam de "vândalos".
Mas, vencendo ou não, os corintianos voltam para casa. Palavra do diretor da MSI, Paulo Angioni, um dos arquitetos da fuga.
Não bastasse isso e as ausências de Carlitos Tevez e Mascherano, liberados para a seleção argentina, Ricardinho e Gustavo Nery jogam hoje sob a pressão de tentar apagar a má fase e confirmar a condição de atletas que podem integrar a lista de jogadores da Copa, que será anunciada amanhã. Nilmar corre por fora.
Mas não dependem só de si, já que os nervos do time estão à flor da pele. Exemplo disso foi o treino da última quinta, quando Marcelo Mattos deu entrada dura em Carlos Alberto, que está suspenso, e ambos se desentenderam.
Em meio à crise, a diretoria já iniciou a reformulação no departamento de futebol. E afirmou que alguns atletas podem deixar o clube. Anunciou, anteontem, a contratação do técnico Geninho, que assume na terça e já sentenciou que seu primeiro ato será consertar a frágil defesa.
Os "reparos" já começaram a ser feitos. Betão e Coelho, os principais crucificados pela queda na Libertadores, nem viajaram a Maringá. "Sem condições técnicas", segundo Ademar Braga, voltaram para São Paulo e têm futuro incerto no clube. "Continuar fugindo só vai agravar ainda mais o problema", sentenciou Betão.
No Paraná, Maicossuel, que estava afastado por problemas de saúde, volta e terá a função de pressionar os zagueiros rivais. Caio Júnior armará o time no 3-6-1, com Cristiano no ataque.


Colaborou a Agência Folha, em Curitiba NA TV - Sportv (menos PR e RJ), ao vivo, às 18h10

Texto Anterior: Corinthians e Palmeiras têm duelo particular
Próximo Texto: O personagem: Sebá volta à zaga e diz que marcação começa na frente
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.