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FUTEBOL
Após fugir a semana toda, time tenta se reerguer e deixar zona de descenso
Corinthians testa seu plano anticrise diante do Paraná
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A MARINGÁ
O Corinthians não deu a cara
para bater desde a derrota para o
São Paulo na semana passada. Fugiu para Curitiba, fez treinos secretos, pôs na bandeja a cabeça de
dois pratas da casa condenados
pelo fracasso na Libertadores,
tentou desviar o foco da crise com
Marcelinho e, depois, com a contratação do técnico Geninho.
O resultado desse malabarismo,
que contabiliza horas de enclausuramento em hotéis, desgastantes viagens de avião e um vaivém
estafante em ônibus com escolta
de policiais, será visto hoje, às
18h10, contra o Paraná, no estádio
Willie Davis, em Maringá.
A cidade paranaense é a última
parada antes de voltar a São Paulo
e reencontrar a torcida. Deixar
uma boa impressão do cambaleante time, que está na zona de
descenso do Brasileiro-06, e dos
atletas que sonham em ir para a
Copa é o que move o grupo hoje.
Afinal, os jogadores corintianos
não agüentam mais se esconder.
Fizeram questão de deixar isso
claro nos dias de reclusão em Curitiba e em Maringá. Reclamaram
do período de concentração, que
já dura quase duas semanas.
"É difícil ficar nessa situação.
Acho que temos de encarar o problema de frente, mas seguimos
ordens", disse o lateral Gustavo
Nery, que volta ao time e teve sua
cabeça pedida pela principal torcida corintiana, a Gaviões da Fiel.
Quem mais enfrentou o descontentamento dos corintianos foi o
meia Ricardinho. Foi hostilizado
em Curitiba, cidade onde cresceu,
e teve de suportar a exaltação ao
desafeto Marcelinho, integrado
ao grupo para aplacar a ira do torcedor. "Estamos longe de casa,
mas foi o planejamento da diretoria e temos de conviver com isso",
falou Ricardinho, que chamou os
que o criticam de "vândalos".
Mas, vencendo ou não, os corintianos voltam para casa. Palavra
do diretor da MSI, Paulo Angioni,
um dos arquitetos da fuga.
Não bastasse isso e as ausências
de Carlitos Tevez e Mascherano,
liberados para a seleção argentina, Ricardinho e Gustavo Nery jogam hoje sob a pressão de tentar
apagar a má fase e confirmar a
condição de atletas que podem integrar a lista de jogadores da Copa, que será anunciada amanhã.
Nilmar corre por fora.
Mas não dependem só de si, já
que os nervos do time estão à flor
da pele. Exemplo disso foi o treino
da última quinta, quando Marcelo Mattos deu entrada dura em
Carlos Alberto, que está suspenso,
e ambos se desentenderam.
Em meio à crise, a diretoria já
iniciou a reformulação no departamento de futebol. E afirmou
que alguns atletas podem deixar o
clube. Anunciou, anteontem, a
contratação do técnico Geninho,
que assume na terça e já sentenciou que seu primeiro ato será
consertar a frágil defesa.
Os "reparos" já começaram a
ser feitos. Betão e Coelho, os principais crucificados pela queda na
Libertadores, nem viajaram a Maringá. "Sem condições técnicas",
segundo Ademar Braga, voltaram
para São Paulo e têm futuro incerto no clube. "Continuar fugindo
só vai agravar ainda mais o problema", sentenciou Betão.
No Paraná, Maicossuel, que estava afastado por problemas de
saúde, volta e terá a função de
pressionar os zagueiros rivais.
Caio Júnior armará o time no 3-6-1, com Cristiano no ataque.
Colaborou a Agência Folha, em Curitiba
NA TV - Sportv (menos PR
e RJ), ao vivo, às 18h10
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