São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

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FUTEBOL

Dona do pior início de Brasileiro entre os grandes do Estado, equipe terá o retorno de titulares diante do Cruzeiro

Palmeiras luta contra vergonha paulista

MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

Com quatro derrotas consecutivas no Brasileiro, o Palmeiras enfrenta o Cruzeiro no Parque Antarctica tentando não ampliar uma marca vergonhosa.
Em toda a história do Nacional, desde 1971, este é o pior início de competição de um grande clube paulista nas quatro primeiras rodadas. O perigo é ver esse recorde negativo se estender, caso a equipe volte a tropeçar hoje, às 16h.
Antes, era o Corinthians quem detinha as piores arrancadas após quatro partidas. Em 1987 e 1995, o arqui-rival palmeirense começou o torneio nacional com três derrotas e um empate.
Em 2004, o Santos também teve três derrotas, mas somou uma vitória. Mesmo assim, o clube conseguiu jogar esse início pífio para debaixo de um tapete vermelho: terminou aquele ano campeão brasileiro, e hoje poucos na Vila Belmiro se lembram desse início trôpego. Em número de pontos, os santistas foram ainda pior em 1989, quando tiveram dois empates e duas derrotas.
O atual elenco do Palmeiras parece fadado a quebrar escritas. Para o bem e para o mau. A péssima largada do time acontece na temporada em que a equipe teve seu melhor início desde os tempos do time da Academia, nos anos 70 -os palmeirenses abriram 2006 com sete vitórias consecutivas sob o comando de Emerson Leão.
Para evitar que o vexame de ser o único time a não ter pontuado ainda no Brasileiro, o Palmeiras espera contar com a volta, em boas condições físicas, de seus principais jogadores disponíveis.
No último jogo, derrota por 2 a 0 para o São Caetano, o técnico Marcelo Vilar optou por escalar um time cheio de reservas. Tinha como objetivo poupar jogadores cujas avaliações físicas apontaram extremo desgaste.
Sua preocupação se voltava principalmente para veteranos, como o zagueiro Gamarra e o atacante Edmundo.
"Quando esses jogadores voltarem, teremos os reforços que qualquer time gostaria de ter", afirmou Vilar, justificando a opção, comunicada e sustentada pela diretoria do Palmeiras. A seguir, contudo, ele ressalvou: "Não adianta o desespero. Não adianta querer fazer milagre. Não se faz milagre no futebol."
O clube prometeu nesta semana dar mais uma chance a Vilar, que balançou após as derrotas consecutivas para Santos, São Paulo (que lhe valeu a eliminação da Libertadores) e São Caetano.
Hoje, ele contará com as voltas de Paulo Baier, Gamarra, Edmundo e Washington. Enquanto tenta resolver outro grande problema: o Palmeiras tem a pior defesa do Brasileiro, com 13 gols.
A crise palmeirense serve de estímulo estratégico até para o adversário de hoje, o Cruzeiro.
"Eles estão passando por um momento de grande pressão devido aos últimos maus resultados. Se a gente fizer um gol no início, tenho certeza de que o Palmeiras vai se desequilibrar ainda mais", afirmou o meia Martinez.
A tática "precoce" funcionou nos últimos dois jogos do Cruzeiro no Brasileiro. Dois "gols relâmpagos" ajudaram a equipe de Belo Horizonte nas vitórias contra o Figueirense e o Juventude.
"Um gol logo no início também vai transformar a torcida do Palmeiras em nossa aliada. Vamos tirar proveito disso", afirmou o atacante Élber, que já fez 14 gols neste ano pelo time mineiro, que ganhou o Campeonato Estadual.


Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte

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