São Paulo, domingo, 14 de maio de 2006

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Beckenbauer não inclui time nem entre os oito

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Presidente do Comitê Organizador da Alemanha e maior nome do futebol local, Franz Beckenbauer não vê a seleção de seu país nem entre as oito principais favoritas da Copa do Mundo.
Foi essa sua análise em entrevista à Folha, por e-mail, no final de abril, ao apontar os candidatos a chegar à reta final do Mundial.
"Não é necessário dizer que, com Brasil, Argentina, Inglaterra, Itália, França, Holanda, Espanha e Portugal, nós temos vários candidatos à final", afirmou ele, ao ser questionado sobre a cara do Mundial de 2006.
Mas Beckenbauer ainda acredita que a seleção alemã pode superar o descrédito e chegar à decisão da competição. Isso vai depender da atitude dos jogadores nacionais, declarou o dirigente.
"Nós temos uma chance se os nossos jogadores conseguirem controlar a pressão e jogarem da mesma forma que fizeram durante a Copa das Confederações", explicou ele, lembrando a competição que o país abrigou em 2005 -perdeu do Brasil na semifinal.
Após essa disputa, o time alemão entrou em decadência, chegando ao fundo do poço após a goleada de 4 a 1 para a Itália.
Beckenbauer, então, fez duras críticas ao técnico do time, Klinsmann. Outro motivo de irritação com o treinador foi a sua ausência em seminários de técnicos no país que receberá o Mundial.
Depois, o técnico e o dirigente fizeram as pazes em público, com a intermediação da chanceler do país, Angela Merkel.
Ex-jogador, campeão mundial em 1974, Beckenbauer foi técnico do time nacional em 1990, quando os alemães conquistaram sua última Copa do Mundo. A partir de então, tornou-se dirigente. Começou no Bayern de Munique, antes de passar a comandar o futebol nacional e o Mundial.
Ao analisar o elenco alemão para a Copa-06, Beckenbauer destaca os jovens Lukas Podolski, 20, atacante do Colônia, e Bastian Schweinsteiger, 21, meia do Bayern de Munique. Ainda classifica o meia Michael Ballack, 29, também jogador do Bayern, como "extraordinário capitão".
Para Beckenbauer, um eventual insucesso do time nacional não vai afetar o interesse dos locais na Copa do Mundo. Explica que os torcedores são fãs de futebol, não apenas de sua seleção. "Obviamente, se a Alemanha conseguir alguns bons resultados, isso vai contribuir para impulsionar o humor de nossos torcedores."
Na semana passada, ele falou na possibilidade de uma eliminação precoce. E voltou a alfinetar Klinsmann. Diz que ele será demitido se houver uma queda prematura dos alemães no Mundial.
Além dos países que considera favoritos, Beckenbauer citou outros times que podem surpreender. Entre eles, os estreantes Costa do Marfim e Ucrânia.
Além disso, México e EUA, que chegou às quartas-de-final em 2002, foram mencionados pelo dirigente como seleções que evoluíram nos últimos anos.


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