São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2007

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visita indesejável

Feroz, Massa bate Alonso na Espanha

Brasileiro conquista sua quarta vitória na F-1 em manobra arriscada na 1ª volta e desperta reclamações do bicampeão

"Se alguém foi agressivo foi ele", defende-se o ferrarista, que largou na pole position em Montmeló e também fez a melhor volta da corrida

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

Eram 15h38 em Montmeló, o sol castigava os 140.700 torcedores que lotavam o circuito. Nas arquibancadas, alguns já deixavam seus lugares. Os que ainda resistiam aplaudiram timidamente quando viram Felipe Massa cruzar a linha final.
Quem estava no Brasil não acompanhou ao vivo a quarta vitória dele na F-1, a 92ª de um brasileiro na categoria, ontem no GP da Espanha. Neste mesmo instante, a TV transmitia a última missa do papa Bento 16 na sua visita ao país.
Mas não foi só isso que o Brasil não viu. No pódio, ladeado por Lewis Hamilton, o segundo, e o herói local Fernando Alonso, o terceiro, Massa tinha um olhar diferente, quase agressivo. Com os punhos cerrados, vibrou. Olhar fixo no horizonte, acompanhou o hino.
Estava satisfeito. Havia cumprido à risca o roteiro traçado no dia anterior, quando fizera a pole: largar de maneira agressiva e manter a ponta a qualquer preço, já que este circuito quase não permite ultrapassagens.
E foi o que fez. Na luta pela primeira curva, não deu chance a Alonso, que vinha por fora. Manteve o traçado, e os dois se tocaram. O espanhol saiu da pista e perdeu duas posições.
"Não queria desperdiçar a pole como na Malásia", falou Massa. E foi justamente essa a chave para sua vitória, a segunda seguida, de novo completa: além da pole e do triunfo, ainda cravou a melhor volta.
Depois, na entrevista coletiva, exibiu um outro lado. Mostrou agressividade também fora da pista. Sentado a seu lado, com cara de poucos amigos, Alonso repetia que Massa havia exagerado em sua manobra.
"Eu estava bem à frente do Felipe. Infelizmente, ele não achou a mesma coisa, e acabamos nos tocando. Mas tivemos sorte porque em 99% das vezes teríamos os dois ficado ali. Isso é perigoso", reclamou Alonso.
Depois de rir, fazer caretas e balançar a cabeça ao ouvir Alonso, Massa foi incisivo.
"Foi uma manobra arriscada dos dois. Mas eu estava por dentro. E, se estou por dentro, não vou me mexer. Se alguém foi agressivo, foi ele", disse. "No dia em que eu fizer besteira, vou ser o primeiro a falar. Sempre fiz isso. Mas, desta vez, não errei. Se o Fernando quiser falar, discutir, eu vou até o fim."


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