São Paulo, segunda-feira, 14 de maio de 2007

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Com vitória, Massa se reafirma à F-1

Triunfo do brasileiro em Barcelona e abandono de Kimi Raikkonen embolam Mundial, agora liderado por Hamilton

Diferença entre inglês da McLaren para o ferrarista, em terceiro na tabela, é de três pontos, com Fernando Alonso em segundo lugar

Andreu Dalmau/Efe
Após vencer disputa com Fernando Alonso, Felipe Massa festeja sua 2ª vitória no ano

DA ENVIADA A BARCELONA

"Essa vitória vai ficar na minha história. Eu nunca vou esquecer." A felicidade de Felipe Massa logo depois de dar à Ferrari seu terceiro triunfo em quatro corridas nesta temporada tinha razão.
Confirmou para a F-1 que é de fato candidato ao título depois de um início de ano frustrante e ainda conseguiu, pela primeira vez no ano, aparecer como melhor piloto da Ferrari na classificação do Mundial.
A combinação de resultados de ontem, aliada a um problema elétrico no carro de Kimi Raikkonen, seu colega de equipe, embolou de vez a tabela.
Lewis Hamilton agora lidera, com 30 pontos, dois a mais do que Fernando Alonso. Massa vem em terceiro, com 27. Raikkonen, que saiu na nona volta, despencou da liderança para o quarto posto, com 22 pontos.
Depois da corrida, o inglês e o brasileiro se cumprimentaram efusivamente. Trocaram tapinhas, cotoveladas e sorrisos. "A gente se deu os parabéns de um jeito moleque, como essa nova F-1 que está aparecendo", declarou Massa, empolgado.
Irritado e nem um pouco disposto a fazer política com a Ferrari em sua primeira temporada com o time, Raikkonen deixou o paddock de Barcelona antes da metade da prova.
"Honestamente tenho muito pouco a dizer, a não ser que estou muito desapontado", lamentou o piloto, que pela primeira vez nesta temporada não subiu ao pódio. "Perdi pontos preciosos, mas tenho outras 13 corridas para me recuperar."
Com seus dois pilotos entre os três primeiros, a McLaren manteve-se na ponta do Mundial de Construtores. Tem 58 pontos contra 49 da Ferrari. As duas escuderias, aliás, são as únicas nos pódios de 2007. A inglesa vence por 7 a 5.
Mas, apesar de os dois campeonatos estarem bastante disputados, a primeira etapa da F-1 em solo europeu, ontem, não foi marcada pela emoção.
À exceção do duelo entre Massa e Alonso na primeira curva e o abandono de Raikkonen, que definiram a configuração do pódio, apenas um incêndio na lateral da Ferrari do brasileiro após seu primeiro pit stop causou certa apreensão nos boxes da equipe.
"Eu nem sabia disso", falou o brasileiro ao ser perguntado sobre o assunto. "Mas agora não faz diferença. Se ganhei, é porque não teve importância."
Assim como no Bahrein, há quatro semanas, Massa pulou na frente na largada e só perdeu a liderança durante as paradas.
"Para falar a verdade, fiquei um pouco surpreso no começo da corrida. Com três, quatro voltas eu tinha quase três segundos de vantagem para o Hamilton e abria quase meio segundo por volta."
Com 15 voltas, Massa já estava 8s5 na frente do novato inglês, que ganhou o lugar de Raikkonen na largada e o de Alonso depois de vê-lo sair da pista na primeira curva.
"Percebi que não tinha nenhum problema depois do toque com o Alonso e vi que estava conseguindo me distanciar dos outros. Só fiquei um pouco preocupado porque essa era a segunda corrida do meu motor. Mas sabia que estava nas minhas mãos", disse Massa.
Pela primeira vez, o brasileiro não trouxe ninguém de sua família para assistir à vitória.
Mas não precisava. Além de maduro, Massa tinha quem olhasse por ele. Michael Schumacher, seu amigo, conselheiro e ex-companheiro de equipe, estava atento. Fez sua estréia nos boxes da Ferrari depois de se aposentar e foi algumas vezes ao pit wall conversar com engenheiros da escuderia.
Como recompensa, recebeu a vitória do pupilo. "Agradeci a ele pelo ano passado. Foi uma escola maravilhosa", disse.
(TATIANA CUNHA)


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