São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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São Paulo aposta em "dono" dos gols para manter tabu

Autor de 50% dos tentos do time na Libertadores, Adriano preocupa o Fluminense, equipe menos vazada do torneio

Paulistas, que nunca caíram nas quartas-de-final da competição continental, pegam hoje clube carioca na partida de ida, no Morumbi

MÁRVIO DOS ANJOS
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Pior ataque entre os classificados e melhor defesa -juntamente com o Fluminense, adversário desta noite-, o São Paulo pode atribuir metade do êxito nesta Taça Libertadores a apenas um jogador, Adriano.
O atacante é responsável por 50% dos gols marcados pelo time na competição (quatro dos oito gols). Hoje, às 21h50, no Morumbi, Adriano estará em campo para ajudar o clube a iniciar bem a série, com o intuito de manter a escrita de nunca ter caído nas quartas-de-final do interclubes continental.
No ano passado, dos 11 gols anotados pelo time na Libertadores, os zagueiros Alex Silva e Miranda, responsáveis por dois gols (18%) cada um, foram os artilheiros do São Paulo.
"Ele [Adriano] é um jogador que o adversário respeita e que sabe prender a bola, porque é experiente", declarou Alex Silva. "Jogamos em função do Adriano", confessou o beque.
Para o ex-são-paulino Gabriel, hoje no Fluminense, é preciso atenção com o atacante, mas não só com ele. "Ele é muito forte, está fazendo muitos gols, mas tem que ter cuidado com todos", disse o lateral.
Até um dos candidatos a astro da competição internacional deste ano, o meia do Boca Juniors Riquelme, elogiou Adriano e disse que o São Paulo é favorito ao título por ter o jogador em grande fase. "O São Paulo é o grande candidato ao título. Se o Adriano estiver com vontade, será difícil [vencê-los]", disse o argentino, cujo time joga hoje contra o Atlas.
Em 2007, quando o Boca faturou o título da Libertadores, Riquelme foi quem mais marcou. Seus oito gols representaram 29,5% do total da equipe argentina, bem menos do que os quatro de Adriano representam hoje para o São Paulo.
Nesta década, o time do Morumbi nunca foi tão dependente de um jogador na competição internacional como agora.
Quem tem números mais próximos ao de Adriano é Luis Fabiano, que em 2004 balançou oito vezes as redes na Libertadores, sendo o responsável por 38% dos gols do time.
Em 2005, ano em que foi campeão, o São Paulo soube distribuir melhor os gols entre seus artilheiros: Rogério e Luizão marcaram cinco vezes cada um. Somados, fizeram 30% dos tentos do clube na campanha vencedora. No ano seguinte, quando caiu na final diante do Inter, o clube também pulverizou seus gols. Aloísio, com cinco, fez 22% dos tentos do time.
A dependência do São Paulo em relação a Adriano fica clara quando a comparação é com as partidas em que o jogador não atuou. Dos quatro jogos em que ele não entrou em campo, o time foi derrotado em dois -Portuguesa e Grêmio. O aproveitamento do time cai de 62% dos pontos para 50% quando Adriano não está.
A importância do jogador também se faz visível quando os gols na temporada são levados em conta. Dos 41 gols marcados pelo elenco, 15 deles, ou 36,6%, saíram dos pés, da cabeça e até da mão -como contra o Palmeiras, na primeira semifinal do Paulista- de Adriano.
O rival do São Paulo nesta noite vive situação bastante diferente. Quem mais marcou na Libertadores-08 foi Washington, responsável por três gols, ou 21,5% do total (14).


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