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essencial
São Paulo aposta em "dono" dos gols para manter tabu
Autor de 50% dos tentos do time na Libertadores, Adriano preocupa o Fluminense, equipe menos vazada do torneio
Paulistas, que nunca caíram nas quartas-de-final da competição continental, pegam hoje clube carioca na partida de ida, no Morumbi
MÁRVIO DOS ANJOS
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL
Pior ataque entre os classificados e melhor defesa -juntamente com o Fluminense, adversário desta noite-, o São
Paulo pode atribuir metade do
êxito nesta Taça Libertadores a
apenas um jogador, Adriano.
O atacante é responsável por
50% dos gols marcados pelo time na competição (quatro dos
oito gols). Hoje, às 21h50, no
Morumbi, Adriano estará em
campo para ajudar o clube a iniciar bem a série, com o intuito
de manter a escrita de nunca
ter caído nas quartas-de-final
do interclubes continental.
No ano passado, dos 11 gols
anotados pelo time na Libertadores, os zagueiros Alex Silva e
Miranda, responsáveis por dois
gols (18%) cada um, foram os
artilheiros do São Paulo.
"Ele [Adriano] é um jogador
que o adversário respeita e que
sabe prender a bola, porque é
experiente", declarou Alex Silva. "Jogamos em função do
Adriano", confessou o beque.
Para o ex-são-paulino Gabriel, hoje no Fluminense, é
preciso atenção com o atacante, mas não só com ele. "Ele é
muito forte, está fazendo muitos gols, mas tem que ter cuidado com todos", disse o lateral.
Até um dos candidatos a astro da competição internacional deste ano, o meia do Boca
Juniors Riquelme, elogiou
Adriano e disse que o São Paulo
é favorito ao título por ter o jogador em grande fase. "O São
Paulo é o grande candidato ao
título. Se o Adriano estiver com
vontade, será difícil [vencê-los]", disse o argentino, cujo time joga hoje contra o Atlas.
Em 2007, quando o Boca faturou o título da Libertadores,
Riquelme foi quem mais marcou. Seus oito gols representaram 29,5% do total da equipe
argentina, bem menos do que
os quatro de Adriano representam hoje para o São Paulo.
Nesta década, o time do Morumbi nunca foi tão dependente de um jogador na competição internacional como agora.
Quem tem números mais
próximos ao de Adriano é Luis
Fabiano, que em 2004 balançou oito vezes as redes na Libertadores, sendo o responsável por 38% dos gols do time.
Em 2005, ano em que foi
campeão, o São Paulo soube
distribuir melhor os gols entre
seus artilheiros: Rogério e Luizão marcaram cinco vezes cada
um. Somados, fizeram 30% dos
tentos do clube na campanha
vencedora. No ano seguinte,
quando caiu na final diante do
Inter, o clube também pulverizou seus gols. Aloísio, com cinco, fez 22% dos tentos do time.
A dependência do São Paulo
em relação a Adriano fica clara
quando a comparação é com as
partidas em que o jogador não
atuou. Dos quatro jogos em que
ele não entrou em campo, o time foi derrotado em dois
-Portuguesa e Grêmio. O
aproveitamento do time cai de
62% dos pontos para 50%
quando Adriano não está.
A importância do jogador
também se faz visível quando
os gols na temporada são levados em conta. Dos 41 gols marcados pelo elenco, 15 deles, ou
36,6%, saíram dos pés, da cabeça e até da mão -como contra o
Palmeiras, na primeira semifinal do Paulista- de Adriano.
O rival do São Paulo nesta
noite vive situação bastante diferente. Quem mais marcou na
Libertadores-08 foi Washington, responsável por três gols,
ou 21,5% do total (14).
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