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Togolês leva mil anos para igualar prêmio
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um trabalhador médio do
Togo levaria 1.020 anos para
ganhar a quantia pedida pelos
atletas de sua seleção em caso
de conquista da Copa com vitórias nos próximos seis jogos.
Em números absolutos, a
premiação do Togo é a quarta
mais alta entre as seleções que
divulgaram seus valores -perde apenas para três europeus:
Espanha, Inglaterra e Suíça.
Mas o PIB per capita dos africanos é o mais baixo entre os 32
países que disputam a Copa: R$
936. Por isso, um espanhol levaria 33,6 anos para acumular o
cerca de R$ 1,5 milhão prometido aos seus jogadores em caso
de conquista. O brasileiro demoraria menos tempo, 32,2
anos. O americano, só quatro.
Em um país que vive profunda crise econômica, a reivindicação disparatada dos atletas é
malvista. "Ficamos orgulhosos
de ver nosso time no Mundial,
mas estamos decepcionados
porque eles não se comportam
como deveriam", afirma Georges, um taxista da capital Lomé.
O futebol é questão de Estado. A federação é dirigida por
Rock Gnassingbé, irmão do
presidente Faure. Eles são filhos de Eyadéma Gnassingbé,
ditador que governou o país de
1967 até sua morte, em 2005.
Desde 1993, por causa de
conflitos graves nas eleições, a
União Européia suspendeu
ajuda ao Togo, que tem IDH
(Índice de Desenvolvimento
Humano) 0,512, o 143º do mundo (a lista possui 177 países).
Desde abril, Faure tenta reaproximação com a UE prometendo dialogar com a oposição.
"Nossos embaixadores esportivos vão fazer os togoleses
darem as mãos", diz o ministro
do Esporte Agouta Ouyenga.
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