São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Togolês leva mil anos para igualar prêmio

ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um trabalhador médio do Togo levaria 1.020 anos para ganhar a quantia pedida pelos atletas de sua seleção em caso de conquista da Copa com vitórias nos próximos seis jogos.
Em números absolutos, a premiação do Togo é a quarta mais alta entre as seleções que divulgaram seus valores -perde apenas para três europeus: Espanha, Inglaterra e Suíça.
Mas o PIB per capita dos africanos é o mais baixo entre os 32 países que disputam a Copa: R$ 936. Por isso, um espanhol levaria 33,6 anos para acumular o cerca de R$ 1,5 milhão prometido aos seus jogadores em caso de conquista. O brasileiro demoraria menos tempo, 32,2 anos. O americano, só quatro.
Em um país que vive profunda crise econômica, a reivindicação disparatada dos atletas é malvista. "Ficamos orgulhosos de ver nosso time no Mundial, mas estamos decepcionados porque eles não se comportam como deveriam", afirma Georges, um taxista da capital Lomé.
O futebol é questão de Estado. A federação é dirigida por Rock Gnassingbé, irmão do presidente Faure. Eles são filhos de Eyadéma Gnassingbé, ditador que governou o país de 1967 até sua morte, em 2005.
Desde 1993, por causa de conflitos graves nas eleições, a União Européia suspendeu ajuda ao Togo, que tem IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) 0,512, o 143º do mundo (a lista possui 177 países).
Desde abril, Faure tenta reaproximação com a UE prometendo dialogar com a oposição.
"Nossos embaixadores esportivos vão fazer os togoleses darem as mãos", diz o ministro do Esporte Agouta Ouyenga.


Texto Anterior: Dia de festa: Mais de 2 milhões de torcedores saem às ruas da Coréia do Sul e repetem fenômeno de 2002
Próximo Texto: Austrália já acredita que pode derrotar brasileiros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.