São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

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França só empata e amplia sua seca de gols

Time passa em branco contra Suíça e não balança redes desde a final de 98

Quarteto ofensivo montado pelo técnico Domenech não consegue furar defesa rival; nova chance será diante da Coréia do Sul, líder do grupo


MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O gol de Petit aos 47min do segundo tempo contra o Brasil na final de 1998, o último da vitória da França por 3 a 0, foi um dos mais comemorados da história do país. Mal sabiam os franceses que passariam longos oito anos com o grito preso na garganta em jogos de Copa. Desde o jogo derradeiro de 1998, a França disputou mais quatro partidas em Mundiais. Em 2002, foi eliminada sem marcar sequer um gol nas três partidas de que participou. O empate em 0 a 0 ontem contra a Suíça, em Sttutgart, postergou por mais 90 minutos a ânsia dos franceses por gols. Não faltou vontade ao quadrado ofensivo francês, composto por Zidane, Ribery, Wiltord e Henry, para reverter a situação. Foram 14 chutes a gol durante a partida. O que faltou foi eficiência. Apenas quatro finalizações foram corretas. Estranhamente, Raymond Domenech deixou o atacante Trezeguet no banco. O jogador da Juventus é o que mais acumula gols pela seleção -32 em 62 jogos-, ao lado de Henry. Um torcedor não chegou a ver o fiasco do ataque da França. O francês de 49 anos morreu de ataque cardíaco, na porta do estádio Gottlieb-Daimer pouco antes do início do jogo. O ataque ineficiente também foi uma marca suíça. Em dez finalizações, apenas quatro levaram perigo ao gol de Barthez. A igualdade no placar se refletiu nas estatísticas. Segundo o Datafolha, os números foram parecidos. Em um jogo considerado truncado, os suíços fizeram 19 faltas, duas a mais do que os adversários. O aproveitamento ruim nos cruzamentos também foi equivalente. Os franceses acertaram apenas duas das 17 bolas cruzadas, enquanto os suíços tiveram quatro acerto em 13 cruzamentos. Com tantos números parecidos, a conquista de apenas um ponto na estréia agradou às duas seleções. "Sabemos que não seria fácil, mas nós conseguimos tirar dois pontos de um adversário direto na disputa por vaga para a segunda fase", disse o, técnico francês. Nas eliminatórias européias, os países vizinhos ficaram também no mesmo grupo e empataram em 0 a 0 e 1 a 1. "Está se tornando um hábito contra os suíços", declarou Domenech. Os suíços também gostaram do placar. "Foi um resultado positivo. Um ponto era o suficiente para nós", disse o goleiro Pascal Zuberbuehlerit. O próximo desafio da França será contra a Coréia do Sul, líder do grupo com três pontos, no dia 18. Os suíços pegarão o lanterna Togo no dia 19. Caso a equipe liderada por Zidane não saia do zero novamente, os franceses poderão igualar um recorde negativo que pertence atualmente à Bolívia. A seleção sul-americana passou cinco jogos de Copa sem balançar as redes adversárias. Mais do que nunca, os franceses precisarão gritar "Allez Les Bleus" (Vamos lá, Azuis).


Colaboraram Fabio Tura , do Datafolha, e as agências internacionais

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