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Caça à vuvuzela
Diante de reclamações de treinadores, jogadores e emissoras de TV, organização do Mundial estuda banir as cornetas dos estádios
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
O objeto símbolo da Copa
do Mundo da África do Sul
pode ser banido dos estádios.
O diretor-executivo do comitê organizador do Mundial, Danny Jordaan, disse
ontem que está examinando
reclamações de jogadores e
técnicos quanto ao barulho
excessivo nas partidas.
"Se houver razões para isso [banir as vuvuzelas], nós o
faremos", declarou, em entrevista à rede britânica BBC.
"Nós estamos tentando
criar alguma ordem", afirmou Jordaan. "Pedimos que
não houvesse vuvuzelas durante a execução de hinos ou
anúncios nos estádios. É difícil, mas estamos tentando lidar com isso da melhor maneira possível", declarou.
Homem forte do comitê organizador, Jordaan afirmou
que emissoras de TV também
reclamam do barulho.
Pessoalmente, ele diz que
prefere músicas a cornetas.
"Cantos sempre geraram
uma atmosfera maravilhosa
em estádios, e gostaria de encorajar as pessoas a cantar.
Nos dias da luta contra o
apartheid, nós cantávamos,
e durante toda a nossa história foi nossa habilidade de
cantar que inspirou e trouxe
emoções", declarou.
O barulho monótono e estridente das cornetas foi responsabilizado pelo capitão
da França, Patrice Evra, pelo
fraco desempenho de sua seleção na estreia contra Uruguai. "Não conseguimos dormir à noite por causa das vuvuzelas. As pessoas começam a tocar às 6h", reclamou.
Se realmente decidir banir
as cornetas, a Fifa comprará
uma briga feia com os sul-africanos. O objeto, embora
detestado por muitos torcedores, virou um símbolo do
futebol local. Nos jogos da
Copa até agora, mesmo torcedores estrangeiros adotaram as vuvuzelas.
Anteontem, elas podiam
ser vistas nas mãos de milhares de ingleses e norte-americanos no confronto entre os
dois times em Rustenburgo.
Os organizadores da Copa
já colocaram uma série de
restrições ao uso das cornetas dentro dos estádios. Apenas vuvuzelas com até 1 m de
comprimento podem ser utilizadas durante as partidas.
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